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Preconceito na política é arma a favor dos poderosos

Por Júlio Saldivar (*) | 28/05/2012 07:59

Por definição, temos que: Preconceito é um juízo pré-concebido, que se manifesta numa atitude discriminatória, perante pessoas, crenças, sentimentos e tendências de comportamento. Há um sentimento de impotência quando se pretende mudar alguém com forte preconceito. É resultado das frustrações das pessoas que podem até se transformar em raiva ou hostilidade. Muitas vezes pessoas que são exploradas, oprimidas, “mal amadas” não podem manifestar sua raiva com o opressor, então deslocam sua hostilidade para outros que consideram inferiores resultando aí a discriminação o preconceito. Também pode ser fruto de uma personalidade intolerante, porque são geralmente autoritários e acreditam nas normas do respeito máximo á tradição, e são hostis com aqueles que desafiam as regras estabelecidas.

Na politica, a criação de preconceitos é arma muito utilizada por pessoas que já chegaram ao poder e não querem perde-lo por nada neste mundo, ou por pessoas abastadas financeiramente, que consideram um infortúnio enfrentar de forma igualitária outras de menor poder aquisitivo numa eleição. A coisa funciona assim: Quando se sentem ameaçados criam um título maldoso, ou fazem uma comparação com algo muito ruim, que não merece crédito e, com a ajuda de interlocutores, inclusive da imprensa, fazem da mentira inventada uma verdade imposta, criando perante a população, ou ao eleitorado para ser mais correto, um sentimento de descrença em relação à determinada pessoa ou partido, que aquele representa o lado ruim da politica, ou dos políticos.

Isso ocorreu, por exemplo, na eleição extemporânea aqui em Dourados, que elegeu o atual prefeito. Os candidatos que o enfrentavam na disputa, muito pelo fato de suas condições financeiras inferiores, eram colocados como uma ameaça que, se eleitos, seriam o retrato fiel do prefeito anterior, cassado por estar envolvido num dos maiores casos de corrupção descobertos no Brasil. Ora, sem querer questionar a capacidade intelectual, de fato não havia qualquer possibilidade de quem fosse o vencedor daquelas eleições voltasse a tentar qualquer falcatrua. Quem assumisse a prefeitura enfrentaria naquele momento uma vigilância muito mais eficaz de organismos como Ministério Público, Tribunal de Contas, órgãos classistas e outros, e o clamor popular por transparência na gestão publica Aproveitaram-se do momento de desconfiança, de temor da população, e esse preconceito criado na época pode não ter sido o fiel da balança no momento da escolha pelo eleitor, mas favoreceu em muito o candidato vencedor, isso com certeza.

Agora, nesse período que antecede mais uma eleição municipal já estamos começado a assistir novamente a utilização dessa forma de manipulação. Começa pelo tratamento aos partidos políticos menores, emergentes, chamados de “nanicos”, como se o fato de ser pequeno, sem a tradição dos grandes, os torne insignificantes. A verdade é que quem faz o partido politico ser grande ou pequeno é o caráter, a moral das pessoas que o compõem, e quanto a isso posso afirmar com certeza que tem muito partido politico dito grande aí que, tanto a nível Federal, Estadual e Municipal, possuem na sua formação pessoas que não merecem credibilidade alguma, o que os torna, eticamente e moralmente falando, inferiores a muitos dos ditos “nanicos”.

A verdade é que nossa jovem democracia ainda traz consigo resquícios de um passado recente de autoritarismo, época em que os poderosos garantiam o poder mandando prender ou matar quem se opusesse aos seus interesses, e isso faz com que a sede de poder ainda hoje se sobressaia sobre o interesse geral. Apesar de vivermos um estado democrático de direito, de nossa atual constituição garantir a liberdade de expressão, o pluripartidarismo e a liberdade de escolha, entre outros direitos, muitos continuam tentando chegar, ou se perpetuar no poder, não mais pela força, mas através de manobras imorais, de falsas promessas, de falsos benefícios, enfim aproveitando-se da ignorância, do baixo grau de instrução da maioria de nossos eleitores. Está mais do que na hora de abolirmos o apoio a esses tipos de manobras, de que principalmente as pessoas que lidam com a opinião pública repensem suas ações e passem a agir pelo bem comum, menos por seus interesses pessoais.

(*)Julio Saldivar é consultor empresarial trabalhista, nascido em Dourados.

juliosaldivardourados@blogspot.com

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