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Significado do solstício

Por Heitor Freire (*) | 24/06/2019 06:41

Os domínios do mistério prometem as mais belas experiências – Einstein.

Tudo o que existe foi criado por Deus. O céu, a terra, os mares, as árvores, os animais, os peixes, as aves e nós, seres humanos. Olhando a majestosa natureza, somos naturalmente induzidos a buscar compreender o significado de cada coisa.

Sim, porque todo o universo foi criado com uma finalidade. Por quê? Seria essa a pergunta? O porquê sugere um questionamento. Não seria melhor perguntar: Para que? O para que induz a uma busca de entendimento.

Assim temos os climas, as estações, as chuvas, os planetas, as estrelas, os solstícios, equinócios, etc. cada coisa com sua finalidade, com sua individualidade e todos num conjunto harmonioso.

Quando começamos a busca para entender, aparece o mistério que envolve cada coisa. E aí surge a curiosidade e o despertar da consciência do que somos e para que estamos aqui.

Cada um de nós foi criado por Deus. Ele pensou em cada um, nos criou e deu um nome, dotando-nos com todos os predicados e atributos para trabalharmos como obreiros em Sua seara. Daí para a frente é com cada um.

“A partir do momento em que há uma consciência que existe, e uma consciência que tem consciência de não ser sua própria fonte de existência, é preciso procurar essa fonte”. (Louis Pauwels)

E essa fonte é Deus. Que não está no mais longínquo dos céus, mas perto, muito perto, dentro de cada um. Entender e aceitar essa verdade dá ao homem a dimensão da sua existência e da sua ligação eterna e indissolúvel com seu Criador.

Dentre esses mistérios todos, temos o fenômeno dos solstícios. O solstício acontece graças a dois movimentos que ocorrem no planeta Terra: rotação e translação. A existência deles faz com que a luz do sol seja distribuída de forma desigual entre os dois hemisférios.

Os solstícios estão relacionados com o esoterismo e para muitas culturas têm um simbolismo muito importante. Por exemplo, para alguns povos, o solstício de verão é motivo de grande alegria, porque representa a vitória da luz sobre a escuridão.

O solstício de inverno significa que a luz do sol não incide com tanta força no hemisfério em questão, enquanto o solstício de verão aumenta a incidência da luz solar.

O solstício acontece de forma inversa nos dois hemisférios, ou seja, quando é solstício de verão no hemisfério sul, é solstício de inverno no hemisfério norte, e vice-versa.

O solstício de verão indica o dia com a maior duração de luz do sol do ano enquanto o solstício de inverno é o dia com menor duração de luz solar no intervalo de um ano. Em outras palavras, o dia mais longo do ano, e a noite mais longa do ano, respectivamente.

Na antiguidade, as iniciações ritualísticas e religiosas eram feitas sempre no solstício de inverno, porque sendo o último dia de maior noite, significava a marca do início do ciclo de dias de luz cada vez maiores; significava ainda a saída do mundo dos mortos (a noite, a escuridão), ou a entrada no mundo dos vivos (o dia, a luz).

As iniciações tinham assim o significado de renascer, ou nascer de novo para a luz; o renascimento assumia o significado simbólico da vida que se renova, após a grande noite (morte).

No Egito antigo, os faraós eram reiniciados a cada novo solstício de inverno. As pirâmides foram construídas em alinhamento para receber o sol de frente à porta de entrada, exatamente no dia do solstício de Inverno.

Esse é o tema do solstício de inverno: a união do sol (masculino) com a Terra (feminino) é o milagre do renascimento e a preservação da vida. É o momento em que termina o outono – a estação mais emblemática do ano – e começa o inverno que precede a primavera, dando assim continuidade aos ciclos da Terra. É essa união em equilíbrio que traz a certeza de que a primavera retornará, e com ela a alegria, a fertilidade e o amor da Terra e de suas criaturas.

Nos solstícios a tradição cristã comemora os santos de nome João. João Batista no solstício de inverno e João Evangelista no solstício de verão.

Nós que vivemos no hemisfério sul, no nosso paraíso tropical, temos o privilégio de viver junto a clima mais ameno e menos hostil do que na Europa. Por aqui, é bom que se diga, o deus sol nunca morre, nem mesmo no solstício de inverno. Mas com certeza nós sentimos nesse período que algo está mudando – a natureza, em sua imutável (posto que é eterna) transformação, dá prosseguimento aos seus ciclos consecutivos..

Podemos sorrir felizes, pois nossos invernos são mais brandos do que os dos outros; e sorrimos ainda mais com a certeza de que, a partir de 13h38 do dia 21 de junho passado, o retorno do sol nos trará de volta a alegria da primavera em setembro.

Essa certeza nos ajuda – como ajudava os povos da Antiguidade – a suportar os rigores do inverno que se anuncia, enchendo-nos de esperança e de energia para aguardar a próxima estação.

É simples assim…E é por ser simples que é belo.

(*) Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado.

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