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Cidades

"BR do Mar" usará rios para conectar MS ao mercado, avalia governo federal

Projeto propõe conectar portos nacionais por meio do mar, mas também com ligações pelos rios

Por Guilherme Correia, de Brasília | 16/07/2025 15:27
"BR do Mar" usará rios para conectar MS ao mercado, avalia governo federal
Navegação pelo Rio Paraguai é um dos pontos que podem ser potencializados (Foto: Semadesc)

Em evento nesta quarta-feira (16), ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defenderam o programa "BR do Mar" como uma possível solução para o escoamento da produção brasileira, especialmente a do interior do País, incluindo Mato Grosso do Sul.

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O programa "BR do Mar", defendido pelo governo federal, promete revolucionar o escoamento da produção brasileira, com foco em Mato Grosso do Sul e outras regiões do interior. A iniciativa prevê a ampliação e conexão de portos nacionais, incluindo a concessão da Hidrovia do Rio Paraguai, que liga Corumbá a Porto Murtinho. Ministros destacaram a importância da cabotagem e do transporte hidroviário para reduzir custos logísticos e impulsionar o desenvolvimento regional. A ministra Simone Tebet enfatizou a integração com países vizinhos, como Bolívia e Paraguai, enquanto o ministro Silvio Costa Filho destacou a redução de até 60% nos custos de frete. O programa também inclui leilões portuários, com investimentos previstos de R$ 30 bilhões, e o aumento do transporte de contêineres. O Tecon Santos 10, maior leilão da história portuária brasileira, é um dos destaques, com potencial para dobrar a capacidade do Porto de Santos.

Segundo o governo federal, a ideia é ampliar e conectar portos nacionais, incluindo outras iniciativas como a concessão da Hidrovia do Rio Paraguai, que liga Corumbá a Porto Murtinho.

Durante o evento, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou a importância da nova logística para o desenvolvimento regional. “Não há justiça social sem desenvolvimento regional do Brasil, porque a cara mais pobre desse país sempre está no interior, está no Norte, no Nordeste, na fronteira dos países da América do Sul”, disse.

Ela acrescentou que o uso dos rios é parte central dessa nova estratégia de transporte, destacando o papel do Mato Grosso do Sul e de países vizinhos. “A cabotagem vai servir para unir ainda mais o meu Mato Grosso do Sul, a Bolívia, o Paraguai, portanto, ao Brasil, através do Rio Paraguai.”

“O investimento da iniciativa é privado ali na fronteira de alto ponto de 200 novas barcaças. Isso significa desenvolvimento”, afirmou Tebet, que também celebrou memorando de intenção assinado com a China para estudar rotas intermodais de transporte ligando o Brasil ao mercado asiático, por meio de ferrovias, inclusive.

Quem também falou foi o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que explicou que o programa foi construído “ao lado do sindicato, das entidades do setor produtivo, de todos que fazem o setor portuário, hidroviário, mas sobretudo a indústria naval brasileira”.

Segundo ele, o "BR do Mar" representa uma guinada para o transporte de cargas dentro do País. “O próprio nome já diz, BR do Mar. Ele vai fazer com que a gente possa utilizar o nosso mar, os nossos rios, mas sobretudo os 8.000 km de litoral brasileiro para transformar o litoral numa grande BR, fazendo com que a gente amplie a cabotagem no Brasil”, afirmou.

Na prática, o governo quer ampliar o transporte por navios entre portos nacionais, tirando carga das rodovias e reduzindo custos de frete. Costa Filho estimou uma queda entre 20% e 60% nos gastos logísticos, com impacto direto na competitividade de produtos brasileiros. “Esse programa tem um papel que vai reduzir os custos logísticos de 20 a 60%, potencializando ainda mais o setor portuário brasileiro. E vai fazer com que uma carga, por exemplo, possa sair de contêiner do Porto de Suape, em Pernambuco, levando para o Porto de Santos, reduzindo o custo, ajudando na agenda de descarbonização, ajudando na agenda da sustentabilidade.”

"BR do Mar" usará rios para conectar MS ao mercado, avalia governo federal
Sentados à frente: ministra Simone Tebe e ministro Silvio Costa Filho (Foto: Guilherme Correia)

O ministro citou dados que, segundo ele, demonstram o sucesso da política até aqui. “No ano de 2024, nós tivemos o melhor ano no setor portuário brasileiro. Um crescimento em quase 5% no setor portuário. Os portos públicos cresceram 7%. E um dado impressionante: a cabotagem do Brasil, em 2024, no setor de contêineres, teve um crescimento na ordem de mais de 18% no País.”

Além da cabotagem, Costa Filho destacou os leilões portuários como parte do esforço de modernização do setor. “De 2013 a 2022, nós tivemos 41 leilões no setor, o que equivale a investimentos na ordem de R$ 6 bilhões. Nos quatro anos do governo do presidente Lula, nós vamos fazer mais de 60 leilões, o que equivale a mais de R$ 30 bilhões de investimentos no nosso País”, afirmou.

Um dos destaques é o leilão do Tecon Santos 10, previsto para este ano, que segundo o ministro será “o maior da história do setor portuário brasileiro” e dobrará a capacidade de contêineres no Porto de Santos.

Por fim, ele reforçou que o BR do Mar está alinhado com uma estratégia nacional de intermodalidade e integração entre os diferentes meios de transporte e que o volume de contêineres transportados deve ser duplicado. “Hoje o decreto que nós estamos assinando, que o presidente Lula assinou logo cedo, nós estaremos fortalecendo a indústria naval, nós estamos fortalecendo a nossa corrente marítima do Brasil, nós estamos tocando na agenda logística, ajudando na comunidade urbana e sobretudo na intermodalidade do País.”

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