Fraude bancária cresce 25% em MS, com 1.4 mil casos este ano
Dos 2 mil atendimentos relacionados a direito bancário, 70% envolvem fraudes
Os golpes bancários seguem crescendo e se tornando cada vez mais robustos, tendo os idosos como principal alvo. Em Mato Grosso do Sul, dos 2 mil atendimentos relacionados a direito bancário feitos pela Defensoria Pública neste primeiro semestre, 70% ou 1.400 envolveram casos de fraudes.
RESUMO
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Golpes bancários crescem 25% em MS e idosos são o alvo principal. Dos 2 mil atendimentos da Defensoria Pública sobre direito bancário no primeiro semestre, 1.400 foram relacionados a fraudes. Criminosos inovam nos golpes, que vão de falso entregador a boletos e faturas falsas. Aposentados são as vítimas mais comuns, devido à facilidade de crédito e menor familiaridade com tecnologia. Golpistas se passam por atendentes de banco e induzem vítimas a fornecer dados e senhas. Jovens também são alvos, principalmente em falsos anúncios de vendas e compras online. Defensoria Pública realizou treinamento para qualificar defensores no combate a esses crimes.
A coordenadora do Núcleo do Consumidor da Defensoria, Patrícia Feitosa, alerta que os criminosos estão constantemente inovando nas formas de enganar as vítimas. Antes era por meio do Pix, falso sequestro e, agora, já se estende para falso entregador, biometria em tempo real, fatura falsa, e por aí vai.
Além disso, consumidores de Mato Grosso do Sul também caíram em golpes relacionados a empréstimos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
“Já tivemos atendimento de um falso entregador dizendo que o morador recebeu uma compra, e a pessoa fala que não, o entregador diz que precisa fazer uma foto, mas na verdade está fazendo o reconhecimento facial. Teve atendimento também de uma leitura de energia e foi emitida uma fatura falsa”, contou ao Campo Grande News.
Em outros casos, consumidores que realmente queriam quitar um financiamento e acabaram clicando em link falso.
“Tem caso de boleto falso de pessoas que realmente tem financiamento. O golpista tinha acesso à informação real de uma pessoa com financiamento que queria quitar, a pessoa clicou no site, conversou pelo WhatsApp e foi passando as informações”, completou.
Diante da realidade, na semana passada, defensores públicos participaram de uma qualificação com o tema “Fraudes Bancárias por meio de Boleto”.
Para a defensora pública Patrícia, isso se fez necessário devido a percepção do aumento de fraudes. “No último ano, nós percebemos um crescimento significativo envolvendo fraude bancária. Do primeiro semestre do ano passado para esse, teve aumento de 25% falando de quantitativo dos casos envolvendo fraude”, disse.
A palestra foi ministrada pelo primeiro subdefensor Público-Geral, Homero Lupo Medeiros. Segundo ele, o objetivo é manter os defensores atualizados sobre essa realidade.
“A necessidade da defensoria abordar o tema é que tem crescido muito o volume de pessoas vítimas de fraude por todos os meios de pagamento (pix, contrato falso, boleto). A ideia é qualificar as defensoras e defensores para lidarem com essa temática mais nova no direito do consumidor”, destacou.
Perfil - Os idosos continuam sendo o principal alvo dos golpistas. Muitas vezes, por não estarem familiarizados com tecnologias digitais ou por confiar em atendimentos aparentemente legítimos, acabam sendo induzidos a fornecer dados pessoais, senhas ou realizar transferências indevidas.
“Se eu tivesse que traçar um perfil seria o aposentado, devido a facilidade de crédito. Nós temos aposentados com salário mínimo, mas com créditos aprovados de 15 mil reais. Temos as ações para reconhecer a inexistência do vínculo, justamente porque as transações fogem do perfil, valores que geralmente aquele usuário do banco não faz”, explicou a defensora.
No caso dos aposentados, os casos mais comuns são de golpistas que se identificam como atendente de banco e iniciam conversas que se estendem para o WhatsApp ou SMS, na intenção de que o consumidor clique em algum link.
A minoria dos atendimentos, mas que não deixam de existir, envolvem pessoas mais jovens. Nesses casos, tem a falsa compra e até falso namorado.
“Alguém entra em contato dizendo que a pessoa tem um presente para receber, mas que está bloqueado nos Correios e precisa pagar uma taxa. As pessoas mais jovens também acabam caindo em golpes que dizem a CNH vai ser cancelada. Vendas da OLX, vendas anunciadas no Facebook, o perfil mais jovem está ligado a mais fraude de compra. O idoso já não tem, é raro ver um idoso que caiu num golpe de falso anúncio.”
Dados – Segundo o Relatório de Identidade e Fraude 2025, divulgado pela Serasa Experian, em março, 51% dos brasileiros que participaram da pesquisa já foram vítimas de alguma fraude bancária no ano passado. Foram entrevistadas 877 pessoas entre 18 e 65 anos.
O principal tipo de golpe identificado foi uso indevido de cartões de crédito para 47,9% pessoas. Em seguida estão os pagamentos de boletos falsos ou transações falsas via Pix (32,8%) e e-mails ou mensagens fraudulentas que induzem ao roubo de dados (21,6%). Dos que tiveram prejuízo financeiro, os valores perdidos variam entre R$ 100 e R$ 1 mil.
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