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Cidades

“Ele nem tem celular”, diz mãe de jovem preso em operação contra o PCC

Alvos de ação do Gaeco, jovens de 20 e 23 anos são levados para delegacia

Anahi Zurutuza e Bruna Marques | 18/04/2022 09:29
Equipe do Choque deixa Cepol após deixar preso. (Foto: Henrique Kawaminami)
Equipe do Choque deixa Cepol após deixar preso. (Foto: Henrique Kawaminami)

Dentre os alvos da Operação Sintonia, deflagrada nesta segunda-feira (18) contra integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), estão jovens de 20 e 23 anos. Os dois foram levados para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada).

Renato Corrêa da Silva, de 20 anos, está preso preventivamente (por tempo indeterminado). Ele mora no Bairro Estrela Park, região leste de Campo Grande. A mãe do rapaz, que prefere não ter o nome exposto, afirma que ela e o filho foram surpreendidos nesta manhã com equipe do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) batendo na porta.

A mulher de 45 anos afirma que o filho é pedreiro e desconhece que ele esteja ligado ao PCC ou que tenha contato com qualquer integrante da facção preso. “Ele nem tem celular”. A mãe disse que, agora, vai atrás de advogado para conseguir a liberdade do filho.

Além da ordem para prender Renato, a juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, 4ª Vara Criminal, determinou na terça-feira passada, dia 12, outras 66 prisões. Um jovem de 23 anos, preso no Jardim Noroeste, também foi levado para a Depac Cepol, além de outras duas mulheres.

A magistrada ainda autorizou que Gaeco vasculhasse 35 endereços em Campo Grande, Dourados, Amambai, Bela Vista, Corguinho, Maracaju, Naviraí, Nova Andradina e Rochedo. Além do Bope, o Batalhão de Choque da Polícia Militar também está na missão.

Em Dourados, Amanda Duarte Ferreira , de 25 anos, é uma das pessoas presas.

Arma apreendida durante cumprimento de mandado. (Foto: Gaeco/Divulgação)
Arma apreendida durante cumprimento de mandado. (Foto: Gaeco/Divulgação)

Conforme divulgado pelo Gaeco, as investigações preliminares chegaram às comunicações entre os integrantes do PCC que "mesmo do interior do sistema prisional e, muitas vezes, já condenados por integrarem organização criminosa, mantinham-se em sintonia com faccionados em liberdade, valendo-se do uso de comunicações telefônicas, a fim de autorizar, gerenciar, coordenar e praticar supostos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo, roubo, sequestros e homicídios em Mato Grosso do Sul".

O Gaeco identificou a prática de diversos crimes relacionados à estrutura financeira do PCC, "uma vez que as condutas investigadas diziam respeito à movimentação criminosa da facção para angariar capital ilícito". Além disso, também foram interceptadas ordens para "punir e manter a disciplina de integrantes que não seguiam as diretrizes da organização criminosa como deixar de quitar débitos com a comercialização de drogas ou arrecadação das ‘rifas’ (espécie de loteria do crime)".

Esta é a segunda operação contra o PCC em menos de 30 dias. No dia 25 de março, a “Courrier”, da palavra francesa que na tradução literal para o português significa “correspondência”, cumpriu 38 mandados judicias em Campo Grande, Dourados, Jardim e Jaraguari. O nome da operação fazia referência ao “leva e traz” de informações de dentro para fora de penitenciárias e vice-versa. Os alvos já foram denunciados à Justiça.

*Com a colaboração de Helio de Freitas.

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