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Cidades

Em MS, 140 fazendas vão passar pela queima prescrita de combate a incêndios

Estado mapeou propriedades classificadas como área crítica de risco de incêndio no Pantanal

Por Silvia Frias e Izabela Cavalcanti | 09/04/2024 10:57
Governador Eduardo Riedel (PSDB) discursando durante no 1° Workshop de Prevenção aos Incêndios Florestais, que acontece no auditório da Famasul (Foto: Marcos Maluf)
Governador Eduardo Riedel (PSDB) discursando durante no 1° Workshop de Prevenção aos Incêndios Florestais, que acontece no auditório da Famasul (Foto: Marcos Maluf)

O governo estadual já identificou 140 propriedades rurais localizadas no Pantanal que irão receber a queima prescrita, sistema que objetiva identificar área de risco de incêndio e evitar situações já vividas anteriormente no bioma. Nesta primeira fase, a ser iniciada em maio, seis fazendas vão receber equipe do Corpo de Bombeiros para aplicação da técnica.

A iniciativa é inédita por ser regulada com legislação específica, via governo estadual, e em áreas privadas.

“A partir de agora vamos ter programa permanente de combate a incêndios e a queima prescrita é a grande novidade, para minimizar o risco de incêndio em grande escala no Pantanal”, disse o governador do Estado, Eduardo Riedel.

A queima prescrita já é instrumento utilizado no ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade) em Mato Grosso e outros estados do Norte, sendo aplicada em parques e unidades de conservação no Cerrado e na Amazônia. Há iniciativas mapeadas em Minas Gerais.

Segundo o titular da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, explica a diferença entre a queima controlada, já adotada em MS e a prescrita.

Ação de combate a incêndios florestais no Pantanal, em 2022 (Foto: Arquivo)
Ação de combate a incêndios florestais no Pantanal, em 2022 (Foto: Arquivo)

Na controlada, o pedido é feito pelas propriedades rurais, sendo avaliado e autorizado pelo governo estadual, por meio do Imasul (Instituto Estadual de Meio Ambiente). Na prescrita, é o Estado quem mapeia, por meio de sistema de satélite, os locais onde há biomassa crítica (conjunto de resíduos de origem animal ou vegetal), que potencializa a ocorrência de queimadas. “Caso ocorra um incêndio ali, teremos um grande problema”.

Segundo Verruck, a partir dessa identificação, equipe do Corpo de Bombeiros vai ao local para proceder a queima antecipada, com função ecológica. De acordo com informações do ICMBio, é fogo brando, que não mata as espécies arbóreas, arbustivas e queima somente o capim seco.

O analista ambiental do ICMBio, Bruno Cambraia, diz que a queima prescrita é adotada em áreas federais há alguns anos. "Porém, quando a gente pensa em áreas privadas, existe esse caráter de inovação em Mato Grosso do Sul, com uma legislação específica, trazendo esse termo queima prescrita", avaliou.

O presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni, diz que o Estado tem aproximadamente 80 mil propriedades rurais e, destas, 3,5 mil estão no Pantanal. No bioma, segundo ele, há 140 propriedades identificadas que irão passar pela queimada prescrita, sendo que a primeira etapa serão seis.

Jaime Verruck diz que as áreas são do Pantanal na região do Nabileque e no Paiaguás, onde o bioma tem sofrido sistematicamente com incêndios. A queimada prescrita vai começar em maio.

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