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Cidades

Força Aérea faz teste com 1ª aeronave não tripulada na Capital

RQ-900 Hermes veio de Santa Maria (RS) até Campo Grande, atravessando cerca de mil quilômetros

Guilherme Correia | 23/09/2022 23:41
RQ-900 Hermes não possui piloto no cockpit. (Foto: FAB)
RQ-900 Hermes não possui piloto no cockpit. (Foto: FAB)

A FAB (Força Aérea Brasileira) realizou nesta sexta-feira (23) primeiro voo de uma ARP (Aeronave Remotamente Pilotada), a RQ-900 Hermes, de Santa Maria (RS) até a Capital. A distância entre os aeródromos de decolagem e pouso é de aproximadamente mil quilômetros.

Até então, missões não tripuladas conduzidas pela Força Aérea, ainda que tivessem grande alcance devido ao controle realizado por satélite, restringiam-se a decolagem e pouso sempre no mesmo aeródromo.

A operação, conduzida pelo Primeiro Esquadrão do Décimo Segundo Grupo de Aviação e sob a égide do Comae (Comando de Operações Aeroespaciais), teve "grande complexidade".

"Isso em virtude das peculiaridades do sistema não tripulado, da suscetibilidade à meteorologia e da necessidade de múltiplas coordenações entre órgãos de controle do espaço aéreo e tripulantes, que revezaram a missão estando baseados em Santa Maria (RS), Brasília (DF) e Campo Grande".

O voo histórico decolou da Base Aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, às 2h05 (de MS). Equipe de mantenedores preparou aeronave e tripulantes realizaram controle com link em linha de visada, ou seja, utilizaram uma antena de solo apontada diretamente para a aeronave o que permitiu o comando remoto durante todas as fases da operação.

Na segunda etapa, uma tripulação assumiu o controle do RQ-900 a partir de Brasília (DF), desta vez por link satelital, executando a pilotagem remota até o aeródromo de Campo Grande, localizado a mais de mil quilômetros de distância de Santa Maria.

Já na última fase da operação, antes do início dos procedimentos de descida para pouso em Campo Grande, uma tripulação local assumiu o comando da aeronave, em linha de visada, realizando um pouso suave e com segurança em Campo Grande, a Cidade Morena.

Para o comandante do Esquadrão Hórus, Tenente-Coronel Aviador Ricardo Starling Cardoso, o voo "entrou para a história como um avanço na operacionalidade da FAB com relação ao emprego de sistemas não tripulados". "Demonstrou a capacidade de mobilizar e reposicionar a aeronave para operar a partir de uma nova base de desdobramento e em um curto espaço de tempo."

Esquadrão - Grupo foi criado em 2011, na Base Aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, com o objetivo de operar as ARPs, como também são chamados os Vant (Veículos Aéreos Não-Tripulados) na FAB, com missões de Controle Aéreo Avançado, Posto de Comunicações no Ar, Busca e Salvamento em Combate e Reconhecimento Aéreo.

A operação de uma ARP necessita de sistemas em solo que permitem o controle, a telemetria e a recepção das imagens por meio de um sistema de enlace de dados, sendo as aeronaves comandadas por aviadores com experiência em aviões e helicópteros de combate, além de conhecimentos em missões militares e regras de controle do espaço aéreo.

Em 2014, o Esquadrão passou a operar as aeronaves RQ-900 Hermes, que possuem capacidade de operação em média altitude e longa duração. Ela voa a mais de 9 mil metros de altura e tem autonomia superior a 30 horas.

Equipada com o sensor eletro-ótico e térmico DCoMPASS, com câmera colorida de alta definição, sensor de visão infravermelha e iluminador e designador de alvos a laser, essa aeronave possui também o sistema eletro-ótico SkEye, um conjunto de 10 câmeras de alta resolução que permite a vigilância de várias áreas simultaneamente, com transmissão de dados em tempo real.

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