ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 21º

Cidades

Juiz denunciado por “balcão de negócio” tem mais de R$ 7 milhões bloqueados

Agora, a defesa tenta reverter decisão em recurso ao Tribunal de Justiça

Aline dos Santos | 18/09/2020 10:36
Tribunal de Justiça vai julgar recurso de magistrado afastado por bloqueio de bens em ação de improbidade administrativa. (Foto: Marcos Maluf)
Tribunal de Justiça vai julgar recurso de magistrado afastado por bloqueio de bens em ação de improbidade administrativa. (Foto: Marcos Maluf)

O juiz afastado Aldo Ferreira da Silva Júnior, acusado de fazer da Justiça um “balcão de negócios”, teve mais de R$ 7 milhões bloqueados por improbidade administrativa durante atuação em inventários.

A pedido do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o bloqueio foi determinado pela 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande em processo na esfera cível.

Agora, a defesa tenta reverter a decisão em recurso ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O agravo de instrumento, que tramita em sigilo, foi incluso automaticamente na pauta de julgamento virtual, sob a relatoria do desembargador Julizar Barbosa Trindade .

O magistrado foi titular da Vara de Sucessões de Campo Grande. Do conjunto de processos contra o juiz afastado,  movido na esfera criminal, emerge denúncia de lavagem de dinheiro por meio de propina paga em propriedades rurais e venda de sentença por R$ 100 mil.

Ainda conforme a acusação, Aldo Ferreira usou “dos mais variados estratagemas de mascaramento, ocultou e dissimulou a origem, a localização, a movimentação e a localização dos bens e valores provenientes de crimes de corrupção”.

Para a investigação, o juiz usava um haras e uma garagem de veículos, “onde possuía negócios ocultos”, conduzidos por intermediários e feitos em nome de laranjas, para esconder a receita do “balcão de negócios”.

O Campo Grande News tentou contato por telefone com o advogado André Borges, que não retornou a ligação. Ele atua na defesa do juiz afastado.

Juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior foi afastado da magistratura.
Juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior foi afastado da magistratura.

Precatórios – Em outra frente, a promotoria pediu à 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande bloqueio de R$ 7,3 milhões por fraudes em precatórios.

Essa segunda ação por improbidade administrativa é contra o juiz afastado, a advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva (esposa do magistrado) e os empresários José Carlos Lopes e José Carlos Tavares Pinto.

O processo pede bloqueio de bens e indenização por fraude em precatório (dívida do poder público reconhecida pela Justiça), que custou R$ 1,3 milhão aos cofres do governo de Mato Grosso do Sul.

Esfera criminal – Em outubro do ano passado, o magistrado foi alvo da operação Espada da Justiça, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).

No mês de abril, a PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) fez três denúncias na esfera criminal contra o juiz afastado. Ele é acusado de lavagem de dinheiro, peculato, falsidade ideológica, corrupção passiva e organização criminosa.

Nos siga no Google Notícias