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Cidades

Número de idosos vacinados que morreram de covid em MS é menor que 0,2%

Índice considera os mais velhos que receberam doses da Coronavac ou Astrazeneca

Guilherme Correia | 07/10/2021 07:49
Vacina contra a covid-19 sendo aplicada em uma pessoa de Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
Vacina contra a covid-19 sendo aplicada em uma pessoa de Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

Levantamento feito pelo Campo Grande News indica que menos de 0,2% dos idosos imunizados em Mato Grosso do Sul, contra a covid-19, morreram pela doença. Essa análise vale para quem recebeu imunizantes da Astrazeneca ou da Coronavac.

No início da campanha de vacinação, essas duas patentes eram as mais aplicadas, por serem produzidas em território nacional - o Instituto Butantan já distribuía os fármacos sino-brasileiros em janeiro, enquanto a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), de forma gradativa, foi incluindo sua produção, aos poucos.

O PNI (Plano Nacional de Imunizações) priorizava, inicialmente, a população de faixas etárias mais elevadas. No início do ano, mortes de idosos já começaram a cair por conta da vacinação de Coronavac.

Por isso, o levantamento sequer considera imunizantes da Pfizer ou Janssen, que imunizaram, em maior parte, pessoas com menos de 60 anos.

A reportagem cruzou dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde) a respeito de quantas pessoas acima de 60 receberam os imunizantes e do Ministério da Saúde em relação a quantos óbitos aconteceram dentro dos vacinados de cada grupo.

Foi considerado apenas as vítimas cuja causa da morte em decorrência do coronavírus foi confirmada. Além disso, os que receberam as duas doses de vacina anti-covid, em, no mínimo, 15 dias de diferença em relação à data do óbito.

Baixa proporção - Os registros indicam que, dos mais de 244,2 mil idosos sul-mato-grossenses que foram vacinados com Coronavac, 481 morreram. Isso equivale a aproximadamente 0,19% do total. Por outro lado, ao menos 40 dos 91,8 mil idosos imunizados com Astrazeneca foram a óbito, o equivalente a cerca de 0,04%.

Segundo a imunologista e professora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Inês Aparecida Tozetti, tais dados estão dentro do esperado, quando os testes clínicos foram divulgados, mas não devem ser comparados lado a lado. “Considerando que a eficiência dessas duas vacinas são distintas, em função de serem vacinas com plataformas diferentes, o resultado de cada uma está dentro do esperado.”

“Como são de plataformas distintas, não posso afirmar que uma é melhor. Posso, simplesmente, olhar a eficiência de prevenir cada uma, e dizer se está dentro do que os estudos preconizam, ou não. E ambas estão dentro do que os estudos preconizam, até estão melhor.”

Tozetti explica que se fossem considerados imunizantes elaborados com os mesmos tipos de tecnologias, seria possível estipular uma diferença entre ambas. Por exemplo, a Sinopharm e Cansino são duas patentes que usam as mesmas tecnologias que a Coronavac, mas, não são aplicadas no Brasil.

“Considerando que são idosos e pacientes com comorbidades, os resultados da Coronavac são dentro do esperado.”

Dose de reforço - O Ministério da Saúde preconiza que a população idosa receba uma nova vacina, passados seis meses desde o dia da última dose recebida. Já a SES determina que, passados quatro meses, esse grupo já está apto ao reforço. Isso foi decidido quando as mortes de idosos voltaram a aparecer com mais frequência.

Em coletiva, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, afirmou que o atual desafio do poder público é estimular que os idosos recebam a dose de reforço, popularmente conhecida como terceira dose. “Quem tenha idoso em casa, o leve. Idoso a partir de 60 anos, que tenha condições de ir até a unidade de saúde, que o faça a dose de reforço. Isso é importante”

“Os números de óbitos, mesmo pequenos, quando a gente faz investigação, uma grande parcela deles não tomam vacinas, ou fizeram o processo vacinal incompleto. Ou, tomaram duas doses há mais de seis meses. A imunidade decai muito a partir do quinto, sexto mês, como dizem os estudos.”

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