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Cidades

Operação com 85 alvos em MS descobriu “mesada” de R$ 4 mil para presos do PCC

No Estado, PF foi atrás de 51 detentos de 5 unidades prisionais; eles, possivelmente, fazem parte do grupo remunerado pela facção

Anahi Zurutuza | 06/09/2020 10:18
Entrada do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, o presídio de segurança máxima de Campo Grande, uma das unidades tomadas por integrantes do PCC no Estado (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Entrada do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, o presídio de segurança máxima de Campo Grande, uma das unidades tomadas por integrantes do PCC no Estado (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Planilhas descobertas e analisadas pela PF (Polícia Federal), o estopim para a segunda fase da Operação Caixa Forte, apontam que as “mesadas” pagas a presos do PCC (Primeiro Comando da Capital) variam de R$ 1,5 mil a R$ 4 mil. A força-tarefa, deflagrada em 19 estados e no Distrito Federal no dia 31 de agosto, teve 85 alvos em Mato Grosso do Sul, 51 deles eram detentos e estão, portanto, no grupo de integrantes da facção criminosa que recebiam o “salário”.

A segunda fase da Caixa Forte atacou o núcleo responsável por remunerar os membros do PCC após suas prisões, o “Setor da Ajuda”, e do lado de fora dos presídios, os grupos que coordenam as ações para levantar recursos usados na manutenção da renda de presos e suas famílias, o “Setor do Progresso”.

O “salário”, disse o delegado da Polícia Federal de Minas Gerais, Alexsander Castro, em coletiva no dia 31, é tabelado e pago de acordo com o desempenho dos beneficiários na estrutura da facção.

No dia 31, policiais apreenderam R$ 2 milhões e 730 mil dólares em um dos endereços onde foi cumprido mandado em Santos (SP) (Foto: PF/Divulgação)
No dia 31, policiais apreenderam R$ 2 milhões e 730 mil dólares em um dos endereços onde foi cumprido mandado em Santos (SP) (Foto: PF/Divulgação)

O coordenador da operação não quis divulgar os valores naquele dia e explicou que líderes no PCC recebem determinada remuneração por exerceram o “cargo”, que é dobrado caso o membro tenha sido preso por executar alguma missão e triplicado se a tarefa concluída “com sucesso” foi matar algum agente das forças de segurança.

Mas, matéria publicada pela coluna Painel da Folha de S. Paulo nesse fim de semana detalha os valores. A reportagem teve acesso ao inquérito policial, que aponta a existências de três tipos de repasses mensais: R$ 1,5 mil para os presos por envolvimento em situações particulares (crimes praticados não necessariamente a mando da facção), R$ 3 mil para quem entrou no presídio por relação direta com o PCC e R$ 4 mil para detidos em razão de missão determinada pela organização, como o assassinato de servidores públicos.

“Leite para as crianças” – As planilhas revelam ainda, segundo a Folha, “a minuciosa organização contábil interna” do PCC. Os documentos também detalham os gastos com as casas de apoio mantidas para abrigar as famílias de integrantes da facção nas proximidades de presídios.

Açougue, manutenção e instalação de chuveiro, táxi, frutas, verduras e até “leite para as crianças” aparecem nas tabelas.

A operação - No ranking da operação, MS ficou atrás apenas do Paraná, para onde foram expedidos 101 mandados de prisão. Das 85 ordens de prisão no Estado, 74 eram para Campo Grande.

A segunda fase da Caixa Forte foi deflagrada na data em que o PCC completou 27 anos de fundação.

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