Com 60% dos lares com carro e 33% com moto; acidentes disparam em MS
Segundo o IBGE, 83% das mortes no trânsito no Estado envolvem motociclistas
Mato Grosso do Sul aparece entre os primeiros colocados do país quando o assunto é posse de veículos, mas esse protagonismo também cobra um preço alto no trânsito. Dados divulgados nesta sexta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que 60% dos domicílios sul-mato-grossenses possuem automóvel e 33,2% têm motocicleta. Em 21,1% das casas há os dois veículos, índice que coloca o Estado na 4ª posição nacional nesse quesito.
RESUMO
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Mato Grosso do Sul ocupa posição de destaque na posse de veículos no Brasil, com 60% dos domicílios possuindo automóvel e 33,2% motocicleta. O estado figura em 4º lugar nacional em residências que têm ambos os veículos, com índice de 21,1%, atrás apenas de Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. O crescimento da frota, entretanto, reflete no aumento de acidentes. Em Campo Grande, foram registrados mais de 2,3 mil acidentes com motos em 2025, resultando em 4.861 vítimas. Entre 2021 e 2025, o estado contabilizou 36.146 acidentes motociclísticos, com 66.746 vítimas, levando autoridades a tratarem a situação como questão de saúde pública.
O levantamento da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua revela que, entre as Unidades da Federação, Mato Grosso do Sul ocupa o 6º lugar em domicílios com carro e o 12º em domicílios com moto. No ranking da posse de ambos, fica atrás apenas de Mato Grosso (27,5%), Rondônia (26%) e Tocantins (21,5%).
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“Quando a família passa a ter maior rendimento, ela busca por mais bem-estar. A máquina de lavar facilita a rotina, enquanto os veículos oferecem mais mobilidade e lazer”, explica William Kratochwill, analista da pesquisa.
No cenário nacional, 48,8% dos domicílios possuem carro, 25,7% têm moto e 13,4% ambos. O Sul é a região onde o automóvel domina, com 69%, enquanto no Nordeste, com 28,8%, e no Norte, com 29,7%, as motocicletas superam os carros. O Centro-Oeste é líder em lares com posse dos dois veículos, com 18,7%.
Realidade nas ruas - Se por um lado o acesso a carros e motos representa mais conforto, por outro expõe uma face dramática: os acidentes. Só em Campo Grande, com uma frota de 370 mil motocicletas, foram registrados em 2025 mais de 2,3 mil acidentes envolvendo motos, que resultaram em 4.861 vítimas. Dos 31 mortos no trânsito até julho na Capital, 26 eram motociclistas, o equivalente a 83% das ocorrências fatais.
Levantamento da Gerência de Análise e Estatística de Trânsito do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) mostra que, entre 2021 e 2025, foram 36.146 acidentes com motos no Estado, com 66.746 vítimas. Em média, 8 mil pessoas se envolvem em acidentes de moto por ano. Campo Grande concentra mais da metade dos registros (19.820), seguida por Dourados (3.571) e Três Lagoas (2.542).
Cidades pequenas também acompanham a escalada. Mundo Novo, por exemplo, saltou de nove casos em 2021 para 28 em 2024, o que representa um aumento de 211%. Até julho deste ano, já contabiliza 12 acidentes.
Autoridades tratam a situação como questão de saúde pública, pelo impacto nas internações, cirurgias e sequelas permanentes. Para enfrentar o problema, o Detran-MS realiza ações educativas, como cursos gratuitos de pilotagem segura em parceria com o Corpo de Bombeiros.
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