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Cidades

Quadrilha que "esquentava" veículos causou prejuízo de R$ 10 milhões

Os donos das garagens utilizavam laranjas para locar os veículos e com a ajuda dos despachantes faziam a transferência fraudulenta

Viviane Oliveira | 02/08/2019 09:11
Movimentação da Polícia Civil de Polícia Rodoviária Federal durante a operação (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Movimentação da Polícia Civil de Polícia Rodoviária Federal durante a operação (Foto: divulgação/Polícia Civil)

Seis pessoas foram presas durante a operação Mau Despacho, deflagrada ontem (1°) pela Polícia Civil em Mato Grosso do Sul e Goiás. Os presos fazem parte de uma quadrilha especializada em esquentar carros de luxo, que em um ano pode ter provocado prejuízo de ao menos R$ 10 milhões.

Entre os presos estão quatro despachantes de Paranaíba, distante 422 quilômetros de Campo Grande, e dois empresários de Rio Verde de Goiás. Os comerciantes, que tem garagens no estado vizinho, eram responsáveis pela locação fraudulenta e os despachantes, pela adulteração e falsificação dos documentos dos veículos.

Conforme o delegado Regional da Polícia Civil de Paranaíba, Wallace Martins Borges, em um ano o grupo fraudou entre 80 e 100 veículos de luxo e causou um prejuízo estimado de R$ 10 milhões. “Os donos das garagens utilizavam laranjas para locar os veículos nos aeroportos e iam para Paranaíba, onde com a ajuda dos despachantes faziam a transferência fraudulenta”, explicou Wallace.

Durante a operação, foram recuperados 9 carros de luxo em Paranaíba, Cassilândia, Rio Verde e Itajá (GO). Também foram apreendidos diversos cartões utilizados para locar os carros e folhas de cheque recebidas como pagamento pelos criminosos, que movimentam várias contas bancárias.

Carros de luxo era esquentado por quadrilha  (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Carros de luxo era esquentado por quadrilha (Foto: divulgação/Polícia Civil)

Quadrilha - Os criminosos identificavam os carros de luxo disponíveis nas locadoras de aeroportos das capitais brasileiras, na sequência selecionavam “laranjas” para realizar a locação dos veículos, que eram levados para Goiás. No estado vizinho, com procurações falsas os criminosos emitiam o CRV (Certificado de Registro de Veículo) e reconheciam firmas dos falsos vendedores.

Os carros seguiam para Paranaíba, onde com a ajuda dos despachantes, eram feitas as transferências fraudulentas dos carros de luxo para os nomes dos laranjas . A venda era feita pelos garagistas integrantes da quadrilha, que assim como os demais percebiam lucros com a ação criminosa.

Conforme o delegado, o Detran (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) não tem envolvimento nas fraudes, mas as investigações apontam que despachantes, funcionários de cartórios, vendedores de carros e escritórios de advocacia integram a associação criminosa.

As investigações começaram em maio deste ano após a apreensão de um veículo que foi locado de forma fraudulenta e revendido para uma terceira pessoa de boa fé.

A operação Mau Despacho envolveu 81 policiais, de Mato Grosso do Sul, da Polícia Civil e Militar de Goiás e agentes da Polícia Rodoviária Federal. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão. Conforme o delegado Wallace há outros envolvidos identificados e as investigações vão continuar. Assista, abaixo, ao vídeo sobre a operação. 

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