MS registra aumento de 14% nos casos de HIV com 130 diagnósticos em 2024
Secretaria atribui o crescimento à ampliação das testagens no Estado

Filme que levou milhares de pessoas ao cinema e está entre os mais assistidos na Netflix no Brasil, "Homem com H" mostra que a vida de Ney Matogrosso foi atravessada pela perda de amigos e amores para a Aids, quando tratamentos não estavam disponíveis como estão hoje.
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O número de casos de aids diagnosticados em Mato Grosso do Sul aumentou 14% entre 2023 e 2024, totalizando 130 casos no primeiro semestre deste ano, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde. A Secretaria Estadual de Saúde atribui o crescimento à ampliação da rede de testagens e prevenção, em resposta ao desenvolvimento econômico da região. A cobertura de unidades que oferecem Profilaxia Pré-Exposição foi expandida, incluindo municípios como Chapadão do Sul e Inocência, com previsão de mais cinco pontos de distribuição até o fim do ano.
Sentença de morte na década de 1980, a doença ganhou outra face. Uma pessoa que toma antirretrovirais corretamente não transmite o vírus HIV e pode ter uma vida longa e com qualidade em 2025.
Os casos de diagnosticados em Mato Grosso do Sul, de acordo com dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) do Ministério da Saúde, cresceram 14% entre 2023 e 2024. No primeiro semestre deste ano, o número foi de 130.
Acompanha desenvolvimento econômico - Gerente de IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), aids e hepatites virais da SES (Secretaria Estadual de Saúde), a enfermeira Larissa Martins atribui a alta ao aumento das testagens, que vem junto à ampliação da rede de prevenção e tratamento que a pasta coordena, prevendo o aumento do fluxo de pessoas e expansão das atividades econômicas em Mato Grosso Sul pela Rota da Celulose, Rota Bioceânica e pelas fronteiras.
Do ano passado para cá, a cobertura das unidades de saúde que oferecem a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) para prevenir a infecção passou a incluir municípios como Chapadão do Sul e Inocência. Esta última sente os impactos da construção de uma fábrica de celulose por uma empresa chilena e é atualmente uma das prioridades da SES. A previsão é que outros cinco municípios recebam pontos de distribuição dos kits preventivos até o fim deste ano.
A testagem já é oferecida em todo o Estado, mas está em ampliação com a inclusão dos novos postos e incremento nas testagens gratuitas em locais de fácil acesso. A PrEP está disponível em 40 unidades de retirada de medicamentos, sendo 24 em Campo Grande e 16 no interior.

Ainda há muitas áreas sem cobertura. Quando não há local disponível perto de casa, Larissa explica que as prefeituras garantem o deslocamento até o município mais próximo para retirar a PrEP e passar por diferentes etapas do tratamento, caso seja um soropositivo.
Ela destaca a importância da testagem. "Em 2024, o Brasil superou a meta de pessoas testadas. Esse é o principal ponto: a gente precisa testar, porque ainda há muita gente que não sabe que tem o vírus HIV. Trabalhamos com outras perspectivas, como a PrEP, a PEP (Profilaxia Pós-Exposição) e o preservativo, mas precisamos que as pessoas se testem”, diz.
Já bastante avançados, os métodos de prevenção podem evoluir quando for implementado no SUS (Sistema Único de Saúde) o medicamento injetável cabotegravir. "Poderá começar com grupos vulneráveis, como homens que fazem sexo com homens. Será administrado de dois em dois meses para cumprir a mesma função dos comprimidos que as pessoas tomam hoje. Vai facilitar para quem que não consegue retirar o medicamento devido às barreiras de acesso, seja distância, preconceito", detalha Larissa sobre a expectativa.
Idosos - A maioria dos casos de Aids e HIV afeta jovens e adultos, mas a SES está atenta ao aumento do diagnóstico entre a população idosa nos últimos anos. Ele é atribuído à maior procura pelo teste.
"Não é uma novidade, é algo que tem avançado com o tempo, principalmente a detecção deles. Os idosos têm buscado mais os testes, como também acontece com pessoas de outras faixas etárias", explica a gerente.
Ela justifica por que é possível dizer que o vírus foi adquirido naquela mesma fase da vida e não no passado. "O HIV é uma doença que evolui rápido. A partir da infecção, o organismo declina muito rápido", fala. Sintomas iniciais incluem perda de peso, fraqueza e febre. A orientação é que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível após o positivo.
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