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Cidades

Ação da igreja não barra aborto e arcebispo condena ato

Redação | 24/01/2009 07:19

A igreja católica tentou ontem barrar um aborto já autorizado pela Justiça, mas não conseguiu seu objetivo a tempo.

Por volta das 15h, o advogado da Arquidiocese de Campo Grande, Lincoln Cézar Melo Godoeng Costa, ingressou com ação no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), mas sem efeito, já que o aborto do bebê com alteração na formação da estrutura encefálica ocorria quase ao mesmo tempo, aos 4 meses de gestação.

Em contato com o Campo Grande News, o arcebispo dom Vitório Pavanello não só lamentou como condenou o ato.

"Achamos que este aborto iria acontecer na segunda ou terça-feira da semana que vem, mas como ocorreu, só temos a lamentar. Foi uma grave agressão aos direitos humanos, porque mesmo com deficiência física ou mental, a criança tinha direito de nascer", disparou.

Segundo o arcebispo, a interrupção da gravidez não era necessária, porque não colocava em risco a vida da mãe.

"Só podemos lamentar e condenar tal atitude, porque conversei com médicos e não ia afetar em nada a vida da mãe. O bebê tinha direito de nascer e não cabia a nós intervir", declarou.

Para ele, a dor na consciência será um problema que a mãe, de 22 anos, vai carregar pela vida toda.

"Quem faz aborto tem dor na consciência da vida toda, ela se livrou do problema de um lado, mas vai carregar outro problema o resto da vida", disse, ressaltando que sua condenação se estende aos médicos que interromperam a gravidez e principalmente ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, que permitiu o aborto.

A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Delasnieve Daspet, conversou com a família ontem à noite, por volta das 19h30, e os procedimentos de aborto já haviam sido iniciados.

Ela disse que a Ordem dos Advogados do Brasil já esperava algum tipo de manifestação da Igreja Católica.

"A igreja está fazendo a parte dela, mas tenho certeza de que eles não iriam querer responder na justiça caso a mãe perdesse a vida", opinou.

Segundo ela, o laudo apresentado pelos médicos atesta que a mãe poderia contrair infecção generalizada, já que a massa encefálica do bebê, desprotegida pela caixa craniana, estava diretamente em contato com o líquido amniótico.

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