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Cidades

Após parar de vez, sistema para registrar crimes volta ‘mais poderoso’

Empresa receberá R$ 36 milhões para manter software funcionando por mais quatro anos

Anahi Zurutuza e Guilherme Henri | 22/09/2016 16:08
Secretário de segurança, José Carlos Barbosa, e secretário-adjunto, delegado Antônio Carlos Videira, durante assinatura de contrato (Foto: Guilherme Henri)
Secretário de segurança, José Carlos Barbosa, e secretário-adjunto, delegado Antônio Carlos Videira, durante assinatura de contrato (Foto: Guilherme Henri)

Depois de funcionar “porcamente” ao menos desde julho deste ano e parar vez na semana passada, o Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional), onde são registradas todas as ocorrências, mandados de prisão e dados importantes para investigações policiais, vai voltar a funcionar a partir das 16h de amanhã (23). O contrato entre a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e a empresa Compnet, responsável pelo sistema, foi assinado na tarde desta quinta-feira (22).

Para manter o software funcionando, “mais poderoso como nunca”, a empresa receberá do Governo do Estado R$ 36,4 milhões – R$ 760 mil por mês.

A Compnet não recebia pela manutenção do Sigo há um ano e sete meses, quando o contrato com o Executivo estadual venceu e não foi renovado. Adriano Chiarapa, o dono da Compnet, admitiu ao Campo Grande News, em agosto, que havia falhas operacionais.

O proprietário da empresa que criou o sistema, pioneiro em Mato Grosso do Sul e que virou referência para outros Estados brasileiros, justificou à época que teve de dispensar funcionários e, por isso, a manutenção estava sendo feita de forma precária.

No dia 11 de setembro, o Sigo deixou de operar “de vez”. Escrivães passaram a registrar boletins de ocorrência nos computadores das delegacias, que também não são os melhores, conforme denunciou o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul).

Registro de crimes passou a ser feito de forma  ‘arcaica’, segundo policiais (Foto: Divulgação/ Sinpol)
Registro de crimes passou a ser feito de forma ‘arcaica’, segundo policiais (Foto: Divulgação/ Sinpol)
Adriano Chiarapa e engenheiros responsáveis pela manutenção do SIGO (Foto: Fernandes Antunes)
Adriano Chiarapa e engenheiros responsáveis pela manutenção do SIGO (Foto: Fernandes Antunes)

‘Mais poderoso’ – Mas, a partir de amanhã, tudo indica que os problemas estarão resolvidos e o Sigo será “turbinado”. Em breve, servidores da Coordenadoria-Geral de Perícias terão acesso ao sistema para cadastrar o resultados de exames e laudos técnicos direto no software que já integra as policiais Civil e Militar, além do Corpo de Bombeiros Militar.

Integrantes do Poder Judiciário também terão acesso ao sistema. A intenção é que juízes recebam mais rápido os resultados dos trabalhos da balística, criminalística, das necropsias, por exemplo.

Negociação – Antes da assinatura do contrato com a Compnet, o secretário de Segurança, José Carlos Barbosa explicou que houve demora para formalizar o convênio, por causa das negociações e trâmites burocráticos.

“O que nos serviu de lição nisso, foi que o Estado precisa estar preparado para ter uma medida alternativa. Já estamos buscando isso e o nosso ‘plano B’ está avançado. Não podemos ficar a mercê de uma só empresa”, fez questão de ressaltar.

Rateio e dívida – O pagamento da empresa será rateado: a Sejusp vai arcar com R$ 350 mil, a Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) com R$ 280 mil e o Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) – que usa o sistema para consultar veículos com registros de roubos e furtos, por exemplo – com o restante.

“Desta forma, vai sobrar mais dinheiro para outros investimentos, compra de viaturas”, afirmou Barbosinha.

Questionado sobre o tempo que as polícias continuaram usando o Sigo com o contrato com o Compnet suspenso, o secretário de segurança afirmou que “não há dívida”. “Como não existia contrato, não existe divida. Não tem como justificar o pagamento”.

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