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Capital

"Perdi o controle", justifica homem que matou adolescente a pedradas

Pedreiro Felipe Castro, 24 anos, disse que matou adolescente de 15 anos depois que ela disse que era soropositiva e iria contar a relação deles para a namorada do réu

Silvia Frias e Mirian Machado | 15/03/2019 09:51
Felipe Castrou de Souza (verde) esta preso desde o dia 6 de junho do ano passado, no Centro de Triagem (Foto: Mirian Machado)
Felipe Castrou de Souza (verde) esta preso desde o dia 6 de junho do ano passado, no Centro de Triagem (Foto: Mirian Machado)

O pedreiro Felipe Castro de Souza, 24 anos, disse que matou um adolescente de 15 anos em momento de descontrole, em crime ocorrido em maio de 2018. Hoje, durante o julgamento, o réu alegou que a jovem teria dito que havia transmitido vírus HIV a ele.

“Perdi o controle, pensei em mim, na Helena, na doença, agi por impulso, sem pensar nas consequências, não queria matar ela”, disse Felipe em depoimento prestado ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Felipe disse que, na noite do crime, 29 de maio, foi até a casa de um amigo no Jardim Tijuca. Lá, cerca de dez pessoas bebia e fumava maconha, entre elas, a adolescente de 15 anos, com quem já tinha ficado algumas vezes. Ele disse que a conhecia há três anos.

O réu conta que os dois foram embora juntos, na bicicleta dele e, por sugestão dela, teriam parado em área de matagal. Os dois mantiveram relação sexual e, depois, pouco antes de ir embora, a adolescente teria dito que tinha namorado, mas o deixaria para ficar com Felipe.

Felipe respondeu que tinha namorada em Dourados chamada Helena, gostava muito dela e não tinha intenção de terminar a relação. Segundo ele, a adolescente teria ficado com raiva. “Acho que se sentiu usada” e tentou dar um tapa no rapaz.

Ele a empurrou e a adolescente caiu no chão. O réu afirma que a garota disse que era soropositiva e ia contar tudo para a namorada dele. Nesse momento, ele ficou descontrolado e deu duas pedradas na cabeça da vítima. “Ela ia destruir meu casamento”.

O rapaz nega que a tivesse estrangulado. “Eu só empurrei, estrangular é outra coisa”. O juiz perguntou se ele estava consciente nesse momento. “Eu tinha usado droga, mas não justifica, né?”.

Felipe negou que tenha estuprado a jovem, dizendo que a relação foi consensual. O advogado Willer Souza Alves de Almeida disse aos jurados que laudo atesta a versão de que não houve violência sexual.

O réu alega desconhecer o motivo da jovem ter sido encontrada sem roupa, pois a discussão começou quando os dois já estavam vestidos, prontos para ir embora.

Qualificadora – Felipe de Souza está sendo julgado por homicídio doloso, qualificado por emprego de meio cruel e feminicídio, em menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

A defesa tenta desqualificar a tese de feminicídio, dizendo que o réu agiu por violenta emoção, independentemente do gênero da vítima. Segundo o advogado, Felipe fez exames e não foi detectado presença do vírus HIV.

O réu está preso desde o dia 6 de junho de 2018, no Centro de Triagem, depois de ter sido preso em Terenos, no dia 9 de maio.

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