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Capital

“Possuída”, tia diz que torturou sobrinho em ritual de prosperidade

Aline dos Santos e Luana Rodrigues | 24/02/2016 09:58
Na casa dos presos por ritual, imagens e tridente (Foto: Divulgação)
Na casa dos presos por ritual, imagens e tridente (Foto: Divulgação)
Menino de quatro anos era torturado por tios. (Foto: Divulgação)
Menino de quatro anos era torturado por tios. (Foto: Divulgação)

Presa por torturar o sobrinho de quatro anos, uma mulher de 31 anos relatou à Polícia Civil que as sessões de maus tratos contra o menino aconteciam quando estava “possuída por Exu”.

De acordo com a delegada plantonista da Depac Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), Priscila Anuda, a mulher disse que o ritual era para trazer prosperidade. As sessões brutais contra a criança aconteciam de três a quatro vezes por semana.

Nos outros dias, o menino ficava amarrado. Ainda conforme o relato à delegada, ela disse que o marido, de 46 anos, não gostava da criança, apesar de ser o tio-avô por laço de sangue. Ele também está preso. O menino teve todas as unhas arrancadas, era queimado com bitucas de cigarro e cachaça quente, está com ferimentos no órgãos genitais, orelha inchada e corre risco de ficar cego de um olho.

O casal vai responder por tortura qualificada e abandono de incapaz. A pena é superior a 10 anos de prisão. “É um crime bárbaro”, afirma a delegada, sobre o caso que chocou Campo Grande nesta quarta-feira.

Primo da criança e suspeito de participar dos rituais, um jovem de 18 anos está foragido. Ele tem passagem por tráfico de drogas. As filhas do casal, de 9 e 13 anos, negaram envolvimento. Contudo, a adolescente aparece em vídeo do ritual. A família mora em um conjunto de casas na rua Maracaju.

O drama do menino, protagonista de uma chocante história de violência, surgiu à tona após ele ser internado na noite de ontem na Santa Casa. Segundo a conselheira tutelar Cassandra Szuberski, a criança foi entregue pela avó a um abrigo, mas depois foi reintegrada à família e estava sob a guarda dos tios. Os nomes não foram divulgados para preservar a criança.

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