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Capital

Acusada de negar socorro a cachorro, clínica é ameaçada de depredação

Profissionais foram acusados de omissão de socorro a cão atropelado em frente à clínica

Bruna Pasche | 05/02/2019 11:44
Animal foi atropelado essa manhã, na avenida Júlio de Castilhos (Divulgação/Redes sociais)
Animal foi atropelado essa manhã, na avenida Júlio de Castilhos (Divulgação/Redes sociais)

Depois de negar socorro a um cachorro atropelado na Avenida Júlio de Castilhos, a clínica veterinária Companhia dos Bichos, na Vila Palmira, começou a sofrer ataques por meio das redes sociais e telefonemas anônimos. Todos se dizem indignados com a omissão de socorro e há ameaça de “tacar fogo” no estabelecimento.

O cachorro foi atropelado na avenida por volta das 7h desta segunda-feira. Ele conseguiu caminhar um pouco e foi parar na esquina, na rua Marechal Hermes. O funcionário de uma loja de tintas próxima, disse que tirou o cão do sol e o colocou na calçada, na sombra.

A denúncia de omissão foi feita pela estudante Lara Luana, por meio do Facebook. Em pouco tempo, teve quatro mil compartilhamentos e mais de três mil comentários.

“Pediram socorro na Clinica COMPANHIA DOS BICHOS que fica do outro lado da rua, e a mesma omitiu socorro dizendo que "POR SER ANIMAL DE RUA, NÃO ERA RESPONSABILIDADE DELES". Quando estava voltando da academia com minha mãe vi a cena do cachorro ainda com vida e nossa atitude foi a mesma dos funcionários da casa de tinta, fomos pedir ajuda na clinica, onde a funcionaria nos deu a mesma responda dizendo que não podia fazer nada, alegamos que isso era omissão de socorro e sendo assim iriamos denunciá-los e a mesma nos ignorou totalmente mesmo dizendo que íamos pagar (pois já tinha gente se mobilizando para ajudar com os gastos)”, descreveu a estudante no post.

Depois da publicação, a clínica começou a receber várias ligações com ameaças. “A gente está com medo de chegar para trabalhar e ter o carro quebrado ou até mesmo ser agredida porque ela (Lara) postou nosso telefone e não paramos de receber ligações de gente ameaçando falando que vão meter bala aqui na frente, tacar fogo e pedir omissão do Corpo de Bombeiros, quando nem sabem o que aconteceu”, disse a veterinária Dayane Souza Moreira.

A veterinária contou que, inicialmente, o pedido de socorro foi feito pelos funcionários de uma loja de tinta. Pouco mais de uma hora depois, a estudante fez o mesmo pedido. “Nós falamos tanto para um quanto para o outro que eles tinham que trazer o cãozinho até aqui porque precisamos que alguém se responsabilize por ele como tutor; não é por causa de dinheiro como ela quis dizer, o valor de tudo só é repassado no final de cada consulta, precisamos de alguém responsável porque se o dono do animal aparecer depois e acontecer alguma coisa com o cachorro, alguém tem que se responsabilizar”.

Dayane nega que a clínica tenha se eximido de prestar socorro. “Se nós negamos, eles também, porque a orientação é trazer os animais aqui. Eu estava em atendimento, não tinha como deixar meus animais aqui também e ir lá sendo que eles podiam ter trazido, mas ela ficou lá velando o cachorro até ele vir a óbito e depois foi embora deixando ele na calçada”, completou.

Em nota, o CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) disse que lamenta o ocorrido, mas que não há irregularidade na conduta da clínica, confirmando o protocolo passando pela profissional, de que o animal deve ser levado por qualquer pessoa até a clínica mais próxima. “Em casos semelhantes o animal deve ser recolhido por qualquer responsável para ser admitido em uma clínica veterinária, com suporte e condições de prestar o atendimento necessário.

“Ressaltamos que lamentamos o ocorrido, mas que não há irregularidade aparente na atuação do profissional médico veterinário, mas sim de quem se omitiu no dever de cautela quando escolhe ter um animal de estimação, bem como de quem atropelou o animal e não prestou atendimento. Infelizmente não temos pronto atendimento municipal ou estadual como em humanos, portanto tem que encaminhar para a clínica mais próxima”, concluiu o CRMV.

Depois das acusações e ameaças, responsáveis pela clínica que existe há mais de oito anos informaram que irão entrar com um processo contra a estudante.

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