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Capital

Acusados de matar rapaz na frente da filha e da mãe vão a júri dia 19

Nadyenka Castro | 13/07/2011 18:00

Mandante está foragido

Jéferson era o filho caçula de Jane. Na casa há várias fotos de mãe e filho. (Foto: Reprodução/ Simão Nogueira)
Jéferson era o filho caçula de Jane. Na casa há várias fotos de mãe e filho. (Foto: Reprodução/ Simão Nogueira)

Os três acusados de matar Jéferson Fernandes de Oliveira, 26 anos, na frente da filha e da mãe dele, em 13 de maio de 2009, em Campo Grande, vão a júri popular no próximo dia 19 (sexta-feira). Para os pais da vítima o julgamento ainda não é o fim do caso. Eles querem a prisão do mandante do assassinato.

De acordo com a acusação e com os pais de Jéferson, Jane Meire Fernandes de Oliveira, 48 anos, e Alcides Barros de Oliveira, 49 anos, foi Natanael Soares de Souza, 66 anos, quem mandou matar Jéferson.

Conforme denúncia do MPE (Ministério Público Estadual), o idoso pediu a seu funcionário Abílio Alves dos Santos, 39 anos, que entrasse em contato com alguém para matar o rapaz. Abílio então chamou Fernando Sabino Gomes, 25 anos, o qual recebeu R$ 2 mil.

Segundo a acusação, Natanael ainda mandou quebrar os joelhos da namorada de Jéferson, para deixa-la paralítica. A mulher havia sido amante do idoso e terminou o relacionamento para ficar com Jéferson, o qual era seu vizinho.

No entanto, somente Jéferson foi vítima nesse caso. Na noite do dia 13 de maio, Fernando e um individuo conhecido como Negão foram até a casa do jovem, o chamaram e atiraram. De acordo com Jane, foi Fernando quem atirou.

No momento do crime, a filha de Jéferson, na época com seis anos, estava ao lado dele, e também a mãe. “Ele [Fernando] deu o tiro e eu segurei a menina. Meu filho saiu correndo e eles atiraram mais. Ele [Jéferson] ainda subiu a escada, voltou e caiu no colo do pai. Morreu no colo do pai. Ainda tem a marca do tiro ali no portão”, lembra Jane.

Em lágrimas Jane conta que desde a morte do filho não dorme mais direito. “É de contar nos dedos quando durmo a noite inteira”. Ela, o marido, os filhos e a neta ainda moram no mesmo local. “Não temos condições de sair daqui”, diz.

A menina, hoje com oito anos, sempre lembra do pai e fala que às vezes até sonha com ele. Sobre a cena que testemunhou, também se recorda, e desde então não fica mais sozinha. Mas isso não a impede de conviver normalmente como outras crianças.

Após o assassinato do filho, ela e Alcides ‘correram atrás’ para ajudar a Polícia Civil nas investigações. Alcides chegou a ir para São Paulo buscar a namorada do filho, a qual tinha uma carta que incriminava Natanael, incluindo ameaças de morte que ele fez a ela.

Jane e a neta, filha de Jeferson. A menina sempre lembra do pai. (Foto: Simão Nogueira)
Jane e a neta, filha de Jeferson. A menina sempre lembra do pai. (Foto: Simão Nogueira)

O trabalho do casal e da Polícia resultou na prisão de Abílio e de Fernando, cinco meses após o homicídio. Natanael está foragido desde setembro daquele ano. “Para mim o resultado ainda não foi positivo porque o mandante não foi preso”, desabafa Alcides.

Jane e Alcides afirmam que Natanael está em Ponta Porã, morando com a mulher pivô do assassinato e, segundo o casal, já têm um filho. “Por que não vão atrás? Eu creio que a Polícia sabe onde ele está”, diz Jane.

Natanael, Fernando e Abílio vão a júri popular a partir das 8 horas da sexta-feira da próxima semana. Eles respondem por homicídio doloso qualificado pelo motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. O indivíduo conhecido como Negão, apontado como participante, não foi pronunciado.

Os pais de Jéferson irão acompanhar o julgamento.

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