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Capital

“Admito que atirei, mas foi para me defender”, diz ex-PM que matou sargento

Aos jurados, César disse que não conhecia João Miguel e não sabia que ele era policial

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 22/10/2021 12:08
César Diniz durante depoimento nesta manhã no Tribunal do Júri. (Foto: Marcos Maluf)
César Diniz durante depoimento nesta manhã no Tribunal do Júri. (Foto: Marcos Maluf)

Durante o julgamento, que acontece desde as 8h desta sexta-feira (22), César Diniz da Silva, 47 anos, disse que atirou no colega de farda, o tenente aposentado João Miguel Além da Rocha, 50 anos, para se defender. Ele afirma que a vítima fez o primeiro disparo. “Admito que atirei, mas foi para me defender”, afirmou aos jurados.

O crime aconteceu no dia 1º de julho de 2017, durante discussão entre os dois militares sobre a compra de um Nissan Sentra. Testemunha afirma que no dia dos fatos, a vítima havia ido ao local com um guincho buscar o carro que lhe pertencia.

Aos jurados, César disse que não conhecia João Miguel e não sabia que ele era policial. Segundo ele, no momento da confusão, ainda disse que era para os dois resolverem o problema na delegacia. Mas não houve acordo.

“Ele me xingou de vagabundo. Falei que vagabundo era ele. Ele mandou eu repetir. Eu repeti, ele me deu um tapa na cara, sacou a arma e deu um tiro, eu me esquivei. O tapa foi tão forte que eu fiquei tonto. O celular caiu da minha mão e o óculos também”, contou.

Conforme o policial, só pegou a pistola e atirou ao perceber que João Miguel havia disparado novamente em direção a cabeça dele. “Peguei a pistola e disparei duas vezes, mesmo assim, ele continuou atirando, foi aí que atirei mais duas vezes”, disse. Na confusão, um rapaz, que na época tinha 18 anos, foi baleado durante o tiroteio.

Conforme Dejair Cardoso da Rocha, testemunha ouvida nesta manhã, o pivô da briga entre os dois foi o carro. A vítima havia vendido o automóvel para um homem, que não pagou e repassou o veículo para Diniz, que seria agiota.

A confusão ocorreu porque no dia do crime, segundo Dejair, João Miguel acionou um guincho e foi até o local, com a documentação em mãos, buscar o carro. “Eu estava ao lado, quando João Miguel levou o primeiro tiro”, contou. Depois dos disparos, a vítima chegou a ser socorrida à Santa Casa, mas não resistiu.

Quase dois anos depois do crime, César foi expulso da corporação. Ele responde pelo assassinato em liberdade. Presidido pelo juiz Aluísio de Azevedo, o julgamento acontece na 2ª Vara do Tribunal do Júri. O resultado deve ser divulgado no período da tarde.

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