Agentes cobram regras mais rígidas para entrada de objetos em presídios
Agentes se reúnem nesta segunda-feira com a Agepen para solicitar normativa referente à entrada de objetos
Os agentes penitenciários de Mato Grosso do Sul cobram regras mais rígidas para a entrada de objetos nas penitenciárias. Mesmo com as visitas suspensas até o dia 7 de abril nos presídios de regime fechado e semiaberto para conter o avanço do novo coronavírus (Covid-19), os servidores temem um fluxo maior de atendimento aos familiares nas portarias das unidades.
Segundo o presidente do Sinsap/MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS), André Luiz Garcia Santiago, foi agendada nesta segunda-feira (23) reunião com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), para solicitar normativa referente à entrada de objetos.
“Ainda não há uma normativa. Cada presídio está fazendo de uma forma. O controle deve ser maior para que não ocorra aglomeração em frente as penitenciárias. Tem família que chega a ir 3 vezes por semana para levar pertences os presos”, explicou.

Situação, segundo Santiago, que pode gerar aglomeração em frente às unidades, ou seja, aumentando ainda mais a propagação do vírus nas penitenciárias. “Temos receio de uma propagação rápida dentro do ambiente penitenciário. Lá, tem presos no grupo de risco, com pneumonia, soropositivo e tuberculoso. Tem cela que mais de 20 presos. O controle de entrada de pertences deve ser mais rigoroso com agendamentos por parte dos familiares”, explicou.
Nesta manhã, a reportagem encontrou algumas famílias levando pertences aos presos no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) e no Presídio de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho. A doméstica de 36 anos contou que não parou de trabalhar na quarentena e há seis meses costuma levar alimentos para o marido. Ela garante que higieniza os objetos antes de entregar para os agentes.
“Mudou tudo aqui. Por enquanto não tem mais visitas. Eu só consegui entregar os materiais de higiene e bolachas para o meu marido. Mas não tem jeito, quando a gente ama, tem que cuidar. É muito importante seguir esses cuidados”, disse outra doméstica de 49 anos. As mulheres entrevistadas pediram para não ser identificadas com receio de represálias.
Suspensão - As escoltas também foram suspensas, exceto em casos emergenciais de saúde ou com audiência marcada, segundo a Agepen, informando ainda que “está em andamento ação conjunta entre o órgão e as secretarias municipais e estadual de Saúde para aquisição de insumos”, como máscaras e álcool em gel.
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