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Capital

Alunos com 100% Fies reclamam de dívida e aula virtual em exagero

Reunião foi convocada pela Comissão Permanente de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal

Danielle Valentim e Liniker Ribeiro | 06/04/2018 08:56
A estudante Adna Diniz acumula dívida de r$ 42 mil. (Foto: Marina Pacheco)
A estudante Adna Diniz acumula dívida de r$ 42 mil. (Foto: Marina Pacheco)

Antes de seguir rumo à Câmara Municipal de Campo Grande, onde ocorre nesta sexta-feira (6), audiência pública sobre “Denúncias de Desrespeito ao Direito do Consumidor nas Universidades”, um grupo de acadêmicos se reuniu em frente à Uniderp na avenida Ceará. Entre as principais queixas, nome negativo por dívidas com mensalidades e troca de professores presenciais por aulas on-line. A instituição é uma das campeãs de reclamações ao Procon.

Reportagem do Campo Grande News no mês passado mostrou que a universidade motiva três queixas por dia ao Procon. A acadêmica do 8º semestre de odontologia Renata Barros, de 21 anos, soma uma dívida de R$ 10 mil com mensalidade, mesmo tendo o curso 100% financiado. Segundo ela, a universidade chegou a propor acordo e o pagamento de 20% do total. “Além das cobranças indevidas feitas pela universidade, a falta de estrutura e de respeito com os alunos é grande. Até para conversar no DCA é difícil, eu sinto despreparado”, disse.

A universidade usa como justificativa a falta de cobertura do Fies para dependências, ou seja, acadêmicos com DP precisam pagar do bolso. Porém, em busca de respostas, alunos foram informados de que isso depende de universidade.

Cansada de “correr atrás”, Fernanda Nakahara, de 34 anos, também acadêmica de odontologia, acredita que o acionamento do Procon e políticos deve resolver. “Já estou cansada de correr atrás e a universidade só passou a tentar uma solução após diversas reclamações no Procon e os políticos “abraçarem” a causa. Nossa sala 120 alunos e a formatura está prevista 2019”, disse.

A mudança da grade sem aviso prévio, troca de professores renomados por aulas online e “bloqueio” para atender na clínica também estão na “fila do respeito”.

“Muitas aulas passaram a ser online. Tem alunos que só estão tendo duas aulas presenciais na semana. Também estamos sendo barrados na clínica por causa da dívida e os problemas não são de hoje”, finalizou.

Uma das organizadoras do manifesto, Adna Diniz, possui uma dívida de R$ 42 mil. “É uma situação absurda. Eles não prezam por qualidade tiraram professores renomados e substituíram por aulas online. Por conta da dívida não consegui me matricular. A faculdade também propôs pagamento de 20% da dívida e até o parcelamento. Não vamos parar até o problema de todo mundo for resolvido”, disse.

Valor - Os acadêmicos reclamam da diferença de mensalidade para alunos que pagam de forma integral, tem algum tipo de bolsa ou fies.

Quanto às matérias online, o acadêmico de letras Jorge Ricarte Leite, de 43 anos, reclama da demora dos tutores. “Tudo demora, os tutores ficam quase duas semanas para te responder e isso é um absurdo porque é uma matéria importante para quem dá aula de português”, disse.

Audiência - Na Câmara devem comparecer alunos de medicina, fisioterapia, direito e pedagogia.

A reunião foi convocada pela Comissão Permanente de Defesa do Consumidor, composta pelos vereadores Papy (presidente), Ademir Santana (vice-presidente), Gilmar da Cruz, Chiquinho Telles e William Maksoud.

A Audiência será realizada, a partir das 9 horas, no Plenário Oliva Enciso, na sede da Casa de Leis, localizada na Avenida Ricardo Brandão, 1.600, Bairro Jatiuka Park.

 

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