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Capital

Antes de matar dois policiais e morrer, Ozeias enterrou joias de R$ 300 mil

Porteiro havia furtado anéis de ouro do ex-patrão poucos dias antes de duplo homicídio dentro de viatura

Geisy Garnes | 05/05/2021 14:05
Ozeias matou os policiais Antônio Marcos Roque da Silva e Jorge Silva dos Santos em junho do ano passado (Foto: Paulo Francis)
Ozeias matou os policiais Antônio Marcos Roque da Silva e Jorge Silva dos Santos em junho do ano passado (Foto: Paulo Francis)

Perto de completar 11 meses da morte de dois policiais civis da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), foi concluída a apuração sobre o furto de joias que levou os investigadores até o assassino, Ozeias Silveira de Morais, de 45 anos, em junho do ano passado. Porém, o porteiro que morreu em troca de tiros com a polícia levou consigo também a localização das peças de ouro levadas por ele da casa de um ex-patrão, um médico de Campo Grande.

Os produtos foram anunciadas na internet dias depois por Willian Dias Duarte Comerlato. Segundo os donos, as joias levadas eram raras e de família, por isso, no registro policial declararam "valor sentimental de R$ 3 milhões". Mas o valor de mercado, aproveitando somente o ouro derretido, tem estimativa de cerca de R$ 300 mil.

O “mistério”, indica o trabalho policial, se deve ao comportamento “desconfiado” do suspeito. Depois de invadir a casa da família para a qual trabalhou por duas semanas como segurança e furtar 25 anéis, além de outras peças de ouro, Ozeias enterrou todas as joias e não contou para ninguém, nenhum parente ou amigo, o local exato.

Antes de esconder as peças, o porteiro fez fotos e pediu para Willian anunciar nas redes sociais. Foi através da publicação que os policiais Antônio Marcos Roque da Silva e Jorge Silva dos Santos chegaram ao suspeito. Na época, eles apuravam o roubo a uma joalheria da Avenida Calógeras.

No dia 9 de junho, os investigadores foram até a casa de Willian, que estava com mandado de prisão em aberto e acabou detido. Foi ele quem contou que fez o anúncio a pedido do tio da namorada: Ozeias Silveira de Morais.

A dupla de policiais foi então até o porteiro, então funcionário de condomínio de luxo na Avenida Afonso Pena.

Convidado a ir até a delegacia prestar depoimento sobre o roubo em apuração, Ozeias entrou na viatura descaracterizada da Derf sem algemas. No caminho, tirou a arma de uma pochete e atirou pelas costas nos dois investigadores.

Para a polícia, o duplo homicídio foi tentativa de proteger as joias e a “independência financeira” que elas proporcionariam.

Ozeias Silveira de Moraes furtou joias da casa de patrões e enterrou, segundo aponta investigação. Acabou morto depois de assassinar policiais dentro de viatura.
Ozeias Silveira de Moraes furtou joias da casa de patrões e enterrou, segundo aponta investigação. Acabou morto depois de assassinar policiais dentro de viatura.

Ozeias conseguiu fugir após o assassinato, mas o crime mobilizou equipes de todas as forças policiais e horas depois Ozeias foi morto em troca de tiros.

William, que estava na mesma viatura, fugiu e foi pego pouco tempo depois. Ele tinha mandado de prisão por violência doméstica.

Cadê - A localização das joias se transformou em mistério. A especializada seguiu com as investigações, excluiu a participação do porteiro no roubo a joalheria e desvendou o furto a casa dos ex-patrão dele. Descobriram que além de enterradas, parte das peças foram vendidas para um comerciante clandestino. O comprador não foi identificado até o momento.

Ainda não há suspeito da invasão da joalheria, que ocorreu no dia 21 de maio.


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