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Capital

Antiga farmácia vira lixão no centro de Campo Grande

Dependentes químicos e moradores de rua levam lixo do comércio para vasculhar no local

Natália Olliver e Idaicy Solano | 26/05/2023 15:00

Dependentes químicos e moradores de rua transformaram a antiga farmácia da São Bento, localizada na esquina da Rua 14 de julho com Avenida Afonso Pena, em um pequeno lixão no centro da cidade. De acordo com comerciantes, eles levam o lixo das lojas para o local e vasculham a fim de encontrar objetos que possam ser vendidos. O cenário é tão crítico que  atrai até pombos.

Ao contrário do que muitos acreditam, o imóvel não está abandonado. O Campo Grande News apurou que ele está alugado por uma concessionária de motos e que a empresa não está no endereço devido à falta de alvará, disponibilizado pela prefeitura.

À reportagem a gerente da companhia, que não quis ser identificada, disse que o documento deve ser liberado pela prefeitura nas próximas semanas e que o problema com o lixo é recente.

Imóvel está localizado na esquina da Rua 14 de Julho, com Avenida Afonso Pena (Foto: Idaicy Solano)
Imóvel está localizado na esquina da Rua 14 de Julho, com Avenida Afonso Pena (Foto: Idaicy Solano)

“Alugamos e a prefeitura embargou a obra pelo alvará, mas vai sair depois de um ano. Lá está complicado, a gente limpa de dia e à noite já está cheio. Eles recolhem o lixo e jogam lá”.

A gerente explicou que cogita contratar uma terceirizada para limpar o local, devido à quantidade de resíduos. O contrato deve durar até que a gestão municipal libere o documento para continuação da obra. “Tem mais de 15 dias que isso começou, não estavam assim. Tem um morador de rua que faz isso. Acho que pra ver se consegue algo para vender”, finalizou.

Incômodo - O cenário incomoda os ambulantes que ficam próximos à antiga farmácia. João Ferreira Rosa, de 80 anos, é aposentado, mas distribui panfletos no Centro. Ele disse estar horrorizado com a situação.

João vê os moradores de rua e dependentes quimícos destruírem o lixo no local (Foto: Idaicy Solano)
João vê os moradores de rua e dependentes quimícos destruírem o lixo no local (Foto: Idaicy Solano)

Isso é um horror, é um descaso. A gente chega cedo e já tem moradores de rua vasculhando lixo, mexendo em tudo. Os caras vão ali, quebram tudo, fazem cocô. É uma coisa horrorosa. Se não tiver alguém que tome conta vai ficar pior, ai vai virar de fato um lixão”, comentou João.

Rosângela de Oliveira, de 31 anos, é autônoma e diz que também se incomoda com o lixo no local. “É nojento e incomoda, a pessoa está passando vê aquele lixão. Durante o dia, já basta quem vem no centro e joga lixo na rua. Os moradores pegam as sacolas e levam até lá, reviram atrás de latinha, coisas que dê pra vender".

Rosângela está diariamente no local e fica com receito de passar no imóvel à noite (Foto: Idaicy Solano)
Rosângela está diariamente no local e fica com receito de passar no imóvel à noite (Foto: Idaicy Solano)

Rosângela ressaltou que acha perigoso passar no imóvel durante a noite. "Às vezes, a pessoa pode estar passando aqui, pode ter assalto, essas coisas. Esses dias cheguei cedo e tinha muito lixo”, disse.

Enquanto a reportagem esteve no local, pessoas passavam e comentavam sobre a situação. Uma das delas chegou a dizer que o local está parecendo uma “minicracolândia”. Muitas pessoas também pararam para olhar o imóvel.

Eugênio Pavão, de 56 anos revelou que o coração da cidade caminha em direção ao abandono. "Passo todos os dias, mostra o abandono do centro, pois tem câmeras da guarda municipal, mas pelo jeito caminhamos para um destino igual ao centro de São Paulo. Precisamos de um novo REVIVA", disse.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.


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