Apesar de contrato assinado, obra na Praça dos Imigrantes não tem previsão
Quem vive na região aguarda a volta de atividades culturais e fim do clima de insegurança

Os dias de movimentação, bancas de artesanato e atividades culturais permanecem na memória de quem mora ou trabalha perto da Praça dos Imigrantes, localizada no cruzamento das Ruas Joaquim Murtinho, Rui Barbosa e Barão do Melgaço, no centro de Campo Grande. Com a escolha da empresa responsável por executar as reformas pelo valor de R$ 600 mil, a expectativa é grande para o início da obra, mas não há previsão..
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
A Praça dos Imigrantes, localizada no centro de Campo Grande, aguarda o início das obras de revitalização após a assinatura de um contrato de R$ 600 mil com a empresa H.G.W. Muhlen Ltda. O projeto prevê a troca de piso, reforma de bancos e estruturas, além da reativação de lanchonetes, banheiros e espaços para feiras de artesanato e atividades culturais. Moradores e comerciantes da região relatam o abandono do local, que foi ocupado por sem-teto e vítima de vandalismo, gerando insegurança e perda de clientes. A expectativa é que a obra, financiada pela Caixa Econômica Federal, devolva a função social e cultural da praça, promovendo um ambiente seguro e agradável. O prazo para conclusão é de 90 a 180 dias, com recursos liberados conforme o avanço dos trabalhos. A comunidade local aguarda ansiosamente a liberação da ordem de serviço para o início das reformas, que visam resgatar a importância histórica e turística do local.
O contrato foi assinado no começo do mês, com a empresa H.G.W. Muhlen Ltda, e no site da Prefeitura é possível verificar que há R$ 265,2 mil empenhados. Na licitação que selecionou a empresa, lançada em julho, os projetos que acompanharam a documentação descreviam a necessidade de troca de piso, bancos, reforma das estruturas, que foram sendo vandalizadas ao longo do tempo, com a reabilitação de local para reativar lanchonete, banheiros e o ambiente que permitirá a volta de feiras de artesanato e atividades culturais.
- Leia Também
- Após 2 anos, prefeitura define empresa para revitalizar Praça dos Imigrantes
- Praça dos Imigrantes segue esquecida 726 dias após promessa de revitalização
Um comerciante na região, que pediu para preservar a identidade, lembra-se de todas as dificuldades com o abandono da praça e a ocupação por sem-teto e dependentes químicos. Ele contou que perdeu clientes, por temerem estacionar e caminhar no entorno, diante e episódios de furtos e roubos. O próprio empresário conta que já teve o estabelecimento furtado, além de várias tentativas, e sofreu roubo, com emprego de violência.
Na memória, a placa anterior da obra, não concluída, com valor que ficou gravado, de cerca de R$ 300 mil, menciona. O histórico causa certa descrença na revitalização, diante das poucas intervenções ao longo do tempo na limpeza ou mesmo para dar segurança às pessoas. Ele lembra que já viu sem-teto tomando banho nu na praça.
Luis Afonso, 59 anos, conhece o cenário há tempo. Ele trabalha como frentista na esquina da praça e contou sentir tristeza por ver a praça deteriorada e abandonada. Antes, ele ia ao local para lanchar e aos finais de semana tinha atividades culturais e até feijoada, recorda.
O frentista diz ter maior preocupação com quem transita por ali à noite. A praça fica perto de uma universidade e sempre há movimentação de pessoas. Ele conta que há cerca de um mês uma mulher foi perseguida por um ocupante da praça. Para ele, a retirada dos artesãos e a condição de abandono são uma grande perda para a cidade.
Rosangela Oliveira, 50 anos, moradora da região e que passa perto da praça rumo ao centro e volta para casa, conta que já foi perseguida junto com o marido por um sem-teto. A situação não piorou porque foram ajudados por um motorista. Ela disse que sempre evita transitar muito perto e adota cautela na região.
Confira a galeria de imagens:
A vizinha também se lembrou de quando ali era ocupado por artesãos, inclusive uma amiga vendia suas produções na praça. “Uma pena”, resumiu, destacando, ainda, que se trata de um ponto turístico da cidade.
A reportagem pôde conferir que no local, água jorra de cano estourado, situação que já tinha sido citada em reportagens anteriores.
Ordem de serviço - Com a empresa já contratada, falta a liberação da ordem de serviço para o início da recuperação. A Prefeitura obteve financiamento da Caixa Econômica Federal para a obra.
Conforme o contrato, o prazo de validade será de 90 dias, podendo chegar ao limite de 180. Os recursos serão liberados a medida que a obra avançar. Nos planos da Prefeitura está a restauração da função social e cultural do equipamento público, “além de promover um ambiente seguro, moderno e agradável para os munícipes.”
A Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos informou que o processo de licitação foi enviado à Caixa para validação e somente após será dada a ordem de serviço.







