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Capital

Após rebelião, Agepen diz que não houve falha em atendimento médico de detenta

Aliny Mary Dias e Renan Nucci | 20/10/2014 09:44
Pente-fino ainda é feito em presídio onde rebelião envolveu 400 detentas (Foto: Marcos Ermínio)
Pente-fino ainda é feito em presídio onde rebelião envolveu 400 detentas (Foto: Marcos Ermínio)

O diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Deusdete Oliveira, afirmou na manhã desta segunda-feira (20) que não houve falha no atendimento médico à detena Leda Barbosa Loredo, 39 anos. Uma rebelião envolvendo as 400 detentas do presídio feminino Irmã Irma Zorzi foi desencadeada na manhã de hoje depois da morte da presa.

Deusdete diz que a Leda já possuía um quadro de problema renal grave, ela, que era detenta desde 2012, inclusive, já foi submetida à sessões de hemodiálise. Ela começou a passar mal na sexta-feira (17) e foi atendida por uma equipe ambulatorial do próprio estabelecimento penal.

À noite do mesmo dia, o estado de saúde de Leda piorou e ela precisou ser socorrida até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino, que fica ao lado do presídio. A detenta foi medicada e liberada de volta para o presídio.

No sábado, Leda voltou a a passar mal e dessa vez foi encaminhada pela escolta da Polícia Militar até a Santa Casa da Capital. A detenta passou a noite de sábado para domingo (19) internada no hospital. Depois de receber alta médica, Leda voltou para o presídio.

Deusdete afirma que não houve falha em atendimento (Foto: Marcos Ermínio)
Deusdete afirma que não houve falha em atendimento (Foto: Marcos Ermínio)

Por volta das 6 horas de hoje, no entanto, as detentas encontraram Leda morta na cela e iniciaram à revolta que terminou na rebelião. “Ela não exercia nenhum tipo de liderança entre as detentas”, afirma Deusdete. As causas da rebelião ainda são apuradas, mas a morte de Leda é apontada como a principal causa da rebelião;

Ainda segundo o diretor-presidente da Agente, não houve falha no atendimento à detenta. Já que todas as vezes em que precisou de socorro, Leda foi atendida. O corpo da mulher foi retirado na manhã de hoje por equipes do Corpo de Bombeiros e encaminhado para a UPA, onde a morte foi constatada.

“Nós temos equipe de ambulatório própria do estabelecimento de segunda a sexta e aos fins de semana uma viatura da PM fica de prontidão para o transporte emergencial das detentas”, explica Deusdete.

O presídio tem vaga para 230 mulheres, mas hoje abriga cerca de 400 detentas. Apesar da superlotação, o chefe da Agepen acredita que a situação não tenha relação direta com a rebelião. Sobre a transferência de presas, Deusdete afirma que só haverá realocação de detentas se houver necessidade.

Três detentas feridas já voltaram para o presídio Irmã Irma Zorzi (Foto: Marcos Ermínio)
Três detentas feridas já voltaram para o presídio Irmã Irma Zorzi (Foto: Marcos Ermínio)

Rebelião – Equipes do Batalhão de Choque da Polícia militar fazem um pente-fino na unidade desde às 7h30 de hoje. Houve necessidade de reforço porque as mulheres invadiram cozinha, administração e área de saúde do estabelecimento e pegaram objetos cortantes.

Três detentas feridas foram retiradas do estabelecimento depois que a rebelião foi controlada e as mulheres colocadas em uma área isolada do presídio. As três já foram atendidas e voltaram para o presídio.

Não há previsão para o fim dos trabalhos e segundo Deusdete, os dados à estrutura do presídio são considerados mínimos.

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