Apreensão causou prejuízo de R$ 1 milhão a contrabandistas de pods
Investigação da PF revela esquema logístico estruturado em Mato Grosso do Sul
A apreensão realizada na manhã de quinta-feira (10), em um galpão no Bairro São Conrado, em Campo Grande, gerou um prejuízo estimado em mais de R$ 1 milhão a uma quadrilha que operava com cigarros eletrônicos (pods), essências, perfumes, roupas e outros produtos ilegais. A ação resultou na prisão de cinco pessoas.
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Polícia Federal apreende carga milionária de contrabando em Campo Grande. A ação ocorreu em um galpão no bairro São Conrado e resultou na prisão de cinco pessoas. Os produtos apreendidos incluem cigarros eletrônicos, essências, perfumes, roupas e outros itens de origem estrangeira, principalmente chinesa, que entraram ilegalmente no país via Paraguai. O prejuízo estimado para a quadrilha ultrapassa R$ 1 milhão. Investigações apontam que o grupo operava de forma organizada, transportando pequenas quantidades de mercadorias em veículos comuns para despistar a fiscalização. A carga era posteriormente reunida no galpão e distribuída para grandes centros, como São Paulo. Alguns dos presos possuem antecedentes criminais por descaminho. A Polícia Federal destaca a crescente ligação entre contrabando e tráfico de drogas, evidenciada por táticas semelhantes utilizadas pelos criminosos. A localização estratégica de Mato Grosso do Sul, com sua extensa fronteira seca com o Paraguai, representa um desafio para o combate a esses crimes, que conta com a colaboração entre diversos órgãos de segurança.
Segundo o delegado da Polícia Federal Anezio Rosa de Andrade, a carga tem origem estrangeira, em sua maioria chinesa, e entrou irregularmente no Brasil via Paraguai. "Essa apreensão é relevante. É possivelmente um prejuízo milionário, acima de R$ 1 milhão, sem dúvida para o grupo", afirmou.
A investigação começou com diligências no local e a análise de outros elementos em andamento. "A investigação se iniciou a partir de diligências do local e outros elementos de informação que demonstravam que naquele galpão estaria acontecendo atividade de contrabando e entreposto", explicou o delegado.
Segundo ele, a movimentação constante de veículos e o comportamento dos envolvidos reforçaram as suspeitas da PF. “Diante da intensa movimentação e das fundadas suspeitas, foi realizado o flagrante”, completou.
A Polícia Federal acredita que o grupo atua de maneira organizada e com divisão de tarefas. “Todos os elementos levam a crer que se trata de uma organização estruturada para prática de contrabando, descaminho e outros crimes conexos”, afirmou Anezio.
O modo de operação também indica sofisticação: os criminosos transportavam pequenas quantidades em veículos comuns, para reduzir o risco de apreensões. Depois, a carga era reunida no galpão e encaminhada em veículos maiores para outras regiões. “Eles operavam com o carregamento de pequenas quantidades, levando em veículos que eram depositados nesse galpão, para depois serem encaminhados a grandes centros do Brasil, como São Paulo”, detalhou.
Alguns dos presos já têm passagens anteriores por crimes semelhantes. “Alguns deles já têm passagem pelo crime de descaminho e já operavam nesse tipo de atividade”, revelou o delegado.
Durante a operação, foram encontrados mais de 40 volumes com diversos produtos: “Cigarros, cigarros eletrônicos, perfumes, essências para cigarro eletrônico, roupas... enfim, vários produtos diferentes”.
Ligação entre contrabando e tráfico de drogas - O delegado também destacou que há uma conexão cada vez mais evidente entre o contrabando e o tráfico de drogas, inclusive no modo de agir. “Cada vez mais a gente vem percebendo a ligação umbilical entre tráfico de drogas, contrabando e descaminho, inclusive no próprio modus operandi.”
Ele citou uma apreensão anterior da PF, em que celulares foram encontrados escondidos dentro de um caminhão frigorífico, tática normalmente usada no tráfico de cocaína. “A atividade delitiva vai se intercambiando entre essas modalidades de crime.”
Fronteira seca e desafios no combate ao crime - Mato Grosso do Sul tem papel central nas rotas do crime transfronteiriço. “É um estado estratégico dentro desse contexto, pela fronteira seca com o Paraguai, que tem mais de 1.000 km”, ressaltou.
A PF reconhece os desafios, mas afirma que tem investido no enfrentamento dessas práticas ilegais. “Estamos incrementando o combate, inclusive com intercâmbio de informações com outros órgãos como Receita Federal, Polícia Rodoviária Federal e forças de segurança estaduais”, disse o delegado.
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