Arquitetos se manifestam contra tombamento de camelódromo, 2 meses depois
Dois meses após a aprovação do projeto de lei 7.216/12, que autoriza o tombamento do Centro de Comércio Popular Marcelo Barbosa da Fonseca, mais conhecido como “Camelódromo”, o IAB-MS (Instituto de Arquitetos do Brasil em Mato Grosso do Sul) se posicionou contrário à decisão.
O presidente da entidade, Dirceu Peters, considerou o tombamento um “equívoco cultural” porque a aprovação, na avaliação do Instituto, tem o objetivo único de manter o imóvel no local e não sua característica histórica e cultural.
Em manifesto, o IAB-MS afirma que a característica do centro comercial é recente e que o local não tem vínculo com a cultura brasileira ou sul-mato-grossense por comercializar produtos importados. O fator turístico, avaliou, é incipiente.
Para o Instituto, a manutenção do imóvel prejudica a “vocação da paisagem”. Entre as críticas, a presença de vendedores ambulantes e fixação dos camelôs que, segundo o Instituto, ocorreu em 1998. Nem a estrutura do Centro Comercial fugiu às citações.
“O Camelódromo é uma estrutura arquitetônica intitulada efêmera, devido à fácil construção e possível desmonte característico de sua mobilidade. Tal elemento arquitetônico pode ser reconstruído em outro local, incluindo ampliações necessárias, pois o espaço físico já não atende a demanda atual” diz trecho do manifesto.
Segundo a entidade, Campo Grande “é uma zona especial de interesse cultural” e o Plano Diretor da cidade, aprovado em 2011, especificou a área do Camelódromo como parte do projeto de revitalização do centro, mas o plano local, que gerou a lei 161, não inclui o centro comercial na listagem de imóveis para preservação e tombamento.
A Câmara Municipal de Campo Grande oficializou o tombamento do Camelódromo no dia 10 de julho deste ano.