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Capital

Árvore ameaça cair e é nova preocupação para vítima do trânsito

Paula Maciulevicius | 18/10/2012 17:18
O medo da mãe é que o pior aconteça e um dos galhos atinja a casa. O primeiro cômodo é o quarto do filho, que vive em cima de uma cama hospitalar há 7 anos. (Foto: Minamar Júnior)
O medo da mãe é que o pior aconteça e um dos galhos atinja a casa. O primeiro cômodo é o quarto do filho, que vive em cima de uma cama hospitalar há 7 anos. (Foto: Minamar Júnior)

A chuva e a ventania desta semana deixou uma mãe sem dormir. Qualquer vento mais forte que chega, pré-anunciando um temporal, traz o desespero para dentro da casa de Antônia Aurineide Maciel, 46 anos e Kelvin Henrique Maciel Domingues, 21 anos.

Os dois são antigos personagens já retratados pelo Campo Grande News em histórias de vítimas do trânsito. Dona Neide e o filho Kelvin que há sete anos está sob uma cama, considerado em estado vegetativo, depois de ser atropelado aos 13 anos, quando saía da escola, por um caminhão, vem em uma árvore que já serviu para dar uma boa sombra, a possibilidade de destelhamento da casa ou curto circuito na rede elétrica.

O problema está na altura da árvore que passa dos 20 metros e no tamanho dos galhos. Hoje, quando a reportagem chegou ao local, um galho estava preso à fiação elétrica, consequência dos ventos que chegaram a 104 quilômetros por hora na madrugada da última terça-feira. Por sorte nada de mal aconteceu, mas o medo continua.

A árvore está em frente da casa, exatamente na direção do primeiro cômodo da casa, construído com doações em 2005, depois que o menino sofreu o acidente.

“Se cair estoura tudo, eu fico apavorada, morro de medo. O Kelvin é a minha vida, tudo que eu tenho. Campo Grande inteira me ajudou a construir esse quarto, em 2005, minha preocupação é um galho cair, destelhar a casa e tirar a vida do meu filho, são quase 8 anos lutando pelo Kelvin”, desabafa a dona de casa.

Nesta manhã parte de um galho ainda estava preso à fiação elétrica. Outro receio é de provocar curto circuito. Por 'sorte', o temporal da madrugada de 3ª trouxe apenas o medo. (Foto: Minamar Júnior)
Nesta manhã parte de um galho ainda estava preso à fiação elétrica. Outro receio é de provocar curto circuito. Por 'sorte', o temporal da madrugada de 3ª trouxe apenas o medo. (Foto: Minamar Júnior)

A árvore fica num terreno baldio à frente da casa, que pertence à Prefeitura. Com quase 20 anos morando no local, o problema trouxe preocupação de uns anos para cá. No ano retrasado uma das árvores que faziam companhia ao ‘problema’ de dona Neide caiu. “A sorte é que caiu para dentro do campo, se cai para cá, tinha pegado as casas”, relata.

O pavor com o temporal é porque o filho depende da mãe para tudo e é alimentado por sonda. Com 1,80m e 80 quilos, a cama hospitalar em que ele fica não passa pelo portal do quarto. No último temporal, Neide e Kelvin não dormiram. “Parecia que o vento ia arrancar as janelas, achei que o toldo ia voar. Deus me livre, eu fiquei tão apavorada que não dormi a noite toda. Eu imploro para tirar antes que uma tragédia aconteça”, diz a mãe.

Segundo Neide, funcionários da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) estiveram na região há dois meses. “Eles vieram aqui e fizeram a poda embaixo, mas só embaixo. Disseram que não podiam podar em cima. É área da prefeitura e eles não podem? A poda radical eles não fazem, eu que vou ter que pagar? Eu não tenho condições”, argumentava.

Neide e a família se propuseram a plantar três árvores no mesmo terreno. “Eu não quero que arranque, só pode. Eles dizem que ela não está condenada, mas quem vai me garantir que um galho lá de cima não vai cair?”. A mãe está realmente desesperada, pensando no pior que a chuva e o vento possam trazer.

A Prefeitura de Campo Grande informou pela assessoria de imprensa que moradores que enfrentem este problema precisam entrar em contato pelo telefone 156 e solicitar a poda, ou então ir até a Central de Atendimento ao Cidadão, localizada na rua Cândido Mariano, n° 2655.

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