Baleado na boca em "acerto de contas" passou por cirurgia para reverter fraturas
Crime aconteceu no dia 18 de janeiro, em frente a um depósito de reciclagem no Bairro Paraíso do Lageado
Baleado no rosto no dia 18 de janeiro, Jhonatan Miranda Teixeira, 24 anos, passou por procedimento cirúrgico para reverter as fraturas na mandíbula enquanto esteve internado na Santa Casa de Campo Grande. O paciente recebeu alta na segunda-feira (1°).
De acordo com o hospital, o paciente teve o atendimento inicial feito pela equipe do Samu- Alfa e foi levado para o Pronto Socorro da Santa Casa horas depois do crime, em estado grave. Ele ficou na área vermelha, onde passou por avaliações de especialistas e acabou sendo levado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O rapaz passou por cirurgia conduzida pela equipe do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial e de acordo com o neurocirurgião assistente, Wolnei Zeviani, o projétil de arma de fogo entrou pela boca e ficou alojado na coluna vertebral cervical.
“Não havia conduta operatória para o fragmento da bala que estava na vértebra, porém, no momento da chegada, não era possível estimar se o paciente teria sequelas. O fragmento poderia causar lesão térmica na medula espinhal ou lesão um uma importante artéria que irriga o cérebro, artéria vertebral”, comentou o médico.
Após a cirurgia de urgência, o paciente ficou em observação na UTI e aos poucos teve os sedativos retirados. Ele foi avaliado e os médicos notaram que havia inchaço na região da orofaringe, parte da garganta, que dificultaria a respiração, sendo necessária uma traqueostomia para a chegada do ar até os pulmões.
Dias depois, o rapaz teve evolução no quadro clínico e acabou tendo a sonda enteral retirada e recebeu alta na última segunda-feira e, tanto para o médico quanto para a mãe é um milagre que Jhonatan esteja vivo,
“Este paciente ganhou uma segunda vida, a trajetória que o projétil fez poderia causar lesões de vasos sanguíneos, de esôfago, traquéia e até medular. O fragmento ficou alojado na coluna cervical, porém, não irá causar problemas na mobilidade cervical”, disse Wolnei.