Bandidos que mataram policial em tentativa de assalto se conheceram em presídio
Os dois se conheceram em 2017 quando cumpria pena no Ptran (Presídio de Trânsito de Campo Grande)

Os dois bandidos envolvidos na tentativa de assalto que terminou na morte do policial civil Joel Benites da Silva, 53 anos, na tarde de quinta-feira (20) se conheceram no Ptran (Presídio de Trânsito de Campo Grande). Carlos Batista Lima, 28 anos, conhecido como Macaco, e Mateus Fernandes de Araújo, 21 anos, foram presos em flagrante logo após o crime.
Carlos, que também foi atingido pelo policial que reagiu a tentativa de assalto, está internado na Santa Casa com escolta policial. Já Mateus, preso na carceragem da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), vai passar por audiência de custódia nesta segunda-feira no Fórum.
Conforme o auto de prisão em flagrante, Mateus contou que por volta das 13h foi numa conveniência na região do Coophavila II comprar cigarro e lá encontrou Carlos com quem havia cumprido pena por tráfico de drogas em 2017.
Segundo depoimento, Carlos mostrou para o interrogando arma de fogo carregada com várias munições e o convidou para praticarem roubo pela região. Combinaram, então, que os alvos seriam pedestres ou vítimas em carro. Se tivessem oportunidade, roubariam também veículos.
Os dois então, segundo depoimento de Mateus, saíram caminhando em busca do alvo. A poucas quadras do estabelecimento, avistaram Joel saindo de um Fiat Siena preto. Foi quando Carlos disse: “É esse aí”. A dupla foi em direção a vítima. Ao se aproximarem, Carlos sacou o revólver e gritou: “É um assalto, perdeu”. Mateus também gritou: “Perdeu, perdeu”.
Foi quando o interrogado percebeu que a vítima sacou uma arma e trocou tiros com Carlos, que também ficou ferido. Na sequência os dois fugiram. Mateus disse que ainda ajudou o comparsa a caminhar e os dois acabaram presos minutos depois por uma equipe da Polícia Militar. O revólver calibre 32 utilizado no crime foi apreendido.
Depoimento - Os dois bandidos têm várias passagens pela polícia. Carlos é fichado na polícia desde quando era adolescente por crimes como resistência, desobediência, falsa identidade, homicídio de uma travesti, injúria, vias de fato, sequestro, roubo, lesão corporal, furto, desacato, falsidade ideológica e roubo. São pelo menos 13 passagens.
Em maio do ano passado, foi apontado pela polícia como o assassino da travesti Thaylla, cujo nome de batismo era Francielson Rodrigues de Moura. O crime aconteceu na Avenida Bandeirantes, na madrugada do dia 19.
Já Mateus, que também tem várias passagens por crimes como tráfico de drogas, corrupção de menores, receptação, vias de fato, responde a processo na Justiça por tráfico. Os dois criminosos vão responder por latrocínio - roubo seguido de morte.
Caso - Joel fazia parte do GOI (Grupo de Operações e Investigações). No dia do crime, o policial estava de folga quando foi abordado pelos bandidos em frente à casa da filha, na Rua Tupi, no Jardim Leblon.
Conforme o Corpo de Bombeiros, os disparos atingiram a vítima na região do tórax. O policial recebeu os primeiros atendimentos ainda no local e foi levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do mesmo bairro, onde morreu.