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Capital

Boca seca, olho ardendo: inverno quente faz da saída às ruas um desafio

De acordo com o Inmet, previsão de chuva em Campo Grande é só para o domingo

Yarima Mecchi | 11/08/2017 15:57
Vendedor de água de coco, Antônio de Almeida. (Foto: Yarima Mecchi)
Vendedor de água de coco, Antônio de Almeida. (Foto: Yarima Mecchi)

Há 28 dias sem chuva em Campo Grande a estiagem tem castigado quem precisa sair de casa para ir ao banco, trabalho, médico ou só para andar à toa mesmo. A última chuva que teve na cidade foi no dia 12 de julho, com apenas 0,2 mm por metro quadrado, segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos). De lá para cá, e estiagem e calor, que hoje passa dos 34 graus. Nas ruas, o que mais incomoda quem mora na Capital é a boca seca, a falta de ar e o olho ardendo diante de tanta secura.

Morando na Capital sul-mato-grossense desde 1999, o aposentado Jovino Machado de Oliveira, de 78 anos, veio a cidade para tratar da tuberculose. Curado da doença, ele sofre com o tempo seco e a estiagem. "Ataca nosso sistema respiratório. Eu não sei ficar preso em casa, então, saio com duas garrafas de 500 ml de água na mochila", destacou.

O tempo seco não poupa ninguém do mal-estar, nem mesmo que acabou de nascer. Com apenas 10 dias de vida, Davi saiu de casa nesta tarde para ir ao médico com mãe. Regina Caceres, de 32 anos, disse que usa soro fisiológico no nariz do filho.

"Só sai de casa porque tinha que ir ao médico. Se pudesse ficava em casa, está muito quente. Eu tomo muita água e passo soro no nariz dele porque o médico deixou. Eu sinto ardência para respirar e ele também fica com o narizinho todo ressecado", destacou.

Davi, de apenas 10 dias de vida. (Foto: Yarima Mecchi)
Davi, de apenas 10 dias de vida. (Foto: Yarima Mecchi)

Na esperança de uma chuva e fugindo do sol quente, a dona de casa Maria Lúcia Dias, de 54 anos, anda com uma 'sombrinha'. "Eu fui sair de casa e falaram onde eu ia com esse guarda-chuva, respondi: estou na esperando a chuva e me escondendo do sol", brincou Maria.

Ela mora no centro da cidade e disse que só saiu de casa nesta tarde para ir ao banco. Em uma pausa para descanso, Maria aproveitou para tomar água de coco e relaxar o braço que segurava a sombrinha. Complementando a proteção a dona de casa usava óculos escuros.

"Eu não sinto tanto o olho arder, mas está muito ruim. Só sai de casa por obrigação. Em casa coloco bacia com água e fico inalando salmoura", contou.

Quem aproveita o tempo é o vendedor de água de coco, Antônio de Almeida, de 47 anos, que trabalha há 17 anos na calçada da Praça Belmar Fidalgo. "As vendas melhoram, mas eu não deixo de sofrer por causa do mal-estar. Com o tempo assim eu vendo uns 150 cocos. O pessoal para aqui para descansar e já pede um copo", relatou Antônio.

Além da dificuldade para respirar e do olho ardendo, outro sintoma que incomoda Antônio é a pressão baixa e a sonolência. "Eu fico ruim, mole. A gente começa aqui 7h da manhã e vai até às 20h30, tem hora que parece que o corpo não vai aguentar", disse.

Dona de casa, Maria Lúcia Dias. (Foto: Yarima Mecchi)
Dona de casa, Maria Lúcia Dias. (Foto: Yarima Mecchi)

Previsão - De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o final de semana será de sol e temperaturas elevadas em todo o Estado. Uma frente fria deve provocar pancadas de chuvas no oeste, centro e sul do estado de domingo (13) para segunda-feira (14).

Neste sábado (12), o tempo deve permanecer claro, com possibilidade de chuva isolada em Mato Grosso do Sul. A previsão é que a temperatura fique entre 16ºC e 38ºC.

No domingo, a previsão é de tempo nublado com pancadas de chuvas e trovoadas isoladas no oeste, centro e sul do Estado. Nas demais áreas o tempo deve ficar parcialmente nublado. A previsão é que a temperatura fique entre 14ºC e 34ºC.

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