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Capital

Briga entre caminhoneiros e rede atacadista tumultua bairro

Paula Maciulevicius e Luciana Brazil | 05/03/2013 11:09
Depósito está tumultuado desde 5ª feira, quando os primeiros motoristas chegaram e não tiveram carga retirada. (Foto: Simão Nogueira)
Depósito está tumultuado desde 5ª feira, quando os primeiros motoristas chegaram e não tiveram carga retirada. (Foto: Simão Nogueira)

Produtos dentro de caminhões e carretas que já deviam ter sido descarregados estão à mercê do impasse entre pagamento de diária e agilidade na descarga. O depósito do Atacadão na avenida Coronel Antonino em Campo Grande está lotado de veículos e motoristas que esperam um posicionamento. Alguns deles, desde a última quinta-feira.

A situação apresentada pelos motoristas de caminhão e carreta é de que eles chegaram e o depósito não retirou o material, incluindo itens de alimentação, como carnes, bebidas e produtos de higiene. O saldo é o tumulto de 30 a 40 carretas espalhadas entre o pátio e as ruas da lateral e motoristas sem receber pela diária do caminhão, prevista em lei, desde a semana passada.

A alegação dada pelos motoristas para a demora é que o depósito do mercado está lotado e não teria espaço no estoque para colocar todos os produtos que estão armazenados ali.

Ao Campo Grande News, os motoristas explicaram que a lei prevê o descarregamento até 5h depois de o caminhão ter chegado ao depósito. Depois disso, a legislação prevê que para cada 1 hora, os profissionais recebam um valor por tonelada.

Para a imprensa o mercado não se posicionou até o momento. Aos motoristas, eles repassaram que o acordo é diretamente com a transportadora. Argumento rebatido por eles, que sustentam que não interessa o que ficar acordado e nem com quem, mas que a diária tem de ser paga ali.

O tumulto de mais de 30 carretas na região e o pedido por diárias dos motoristas fez com que a PM fosse até o depósito. (Foto: Simão Nogueira)
O tumulto de mais de 30 carretas na região e o pedido por diárias dos motoristas fez com que a PM fosse até o depósito. (Foto: Simão Nogueira)

Pelo local, a equipe pode ver sangue escorrendo de carretas que traziam carnes e cervejas que não deveriam ficar no sol, expostas ao calor de mais de 30°C.

O motorista Antenor Gonçalves, 39 anos, chegou a Campo Grande na quinta-feira de manhã. Pela lei ele teria que ter ido embora até às 15h daquele mesmo dia. A carga de produtos de limpeza só foi retirada ontem, no entanto o valor das diárias ainda não foi repassado.

“A gente precisa descarregar em outros locais também”, comentou.

O carregamento de palmito de Vilmar Capistrano, 48 anos, está desde a manhã de sexta-feira parado e até agora não saiu do caminhão. Para ele o problema é além do desgaste da espera. Banheiros e bebedouros são desligados as 22h e a solução é ter de tomar banho e dormir no caminhão mesmo.

A Polícia Militar foi acionada e os motoristas foram chamados para conversar. O posicionamento dado a eles é que transportadora e depósito vão entrar em um acordo quanto aos valores das diárias.

Em 17 anos de trabalho, Eliomar Souza Barbosa, 37 anos, nunca passou por uma situação como esta. Com o caminhão carregado de bacon, presunto, costela e lombinho, ele espera desde sexta-feira.

“Eu trabalho com isso e nunca tinha acontecido. Ainda preciso descarregar em outros dois Atacadão e em um mercado de Douradosi”, finalizou.

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