Camelódromo espera R$ 2,1 milhões para reforma contra incêndios
Projeto prevê sistema individual de energia para os 474 boxes do centro comercial popular

Para garantir mais segurança na manutenção, evitando assim novos incêndios, o Camelódromo de Campo Grande passará por reformas na rede elétrica da área comercial, que custarão R$ 2,1 milhões. Com 474 lojas ativas e 26 anos de existência, o espaço comercial sofre com problemas estruturais na parte elétrica do estabelecimento, que concentra, em apenas uma rede, todo o gasto de energia dos boxes.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O Camelódromo de Campo Grande, com 26 anos de história e 474 lojas, enfrenta riscos de incêndio devido à rede elétrica precária, que concentra toda a energia em um único sistema. Uma reforma de R$ 2,1 milhões, financiada por emenda parlamentar e recursos municipais, visa dividir o sistema, reduzir superaquecimento e melhorar a segurança. Comerciantes destacam a urgência das obras, após incidentes anteriores que destruíram boxes. Além da reforma, o local já adotou medidas preventivas, como sensores de incêndio e treinamentos para brigadistas. A Prefeitura deve licitar a obra ainda este mês, garantindo maior eficiência energética e segurança. Os lojistas celebram a iniciativa, que promete evitar novos acidentes e reduzir custos com energia. O projeto representa um avanço para um dos principais centros comerciais da cidade.
Ao Campo Grande News, o presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes do Camelódromo, Narciso Soares dos Santos, relatou os problemas elétricos do local, que passará por adaptações para a melhoria na segurança dos frequentadores.

- Leia Também
- Desde a década de 90, quatro projetos já tentaram “salvar” o Centro da Capital
- Camelódromo reabre as portas com as cicatrizes do incêndio e sensação de alívio
"O risco de incêndio no Camelódromo é grande, porque, quando é necessário algum tipo de manutenção nos boxes na madrugada, o segurança liga a energia e toda a quadra é energizada. Se alguém deixou um aparelho ligado, como ventilador, por exemplo, cria-se um risco de incêndio", declarou Narciso.
Com a adequação, o sistema de energia será dividido, garantindo assim que o uso de energia nos boxes seja acionado de forma individual, melhorando a segurança e diminuindo os gastos com consumo de luz e os riscos de incêndio.
"Essa revitalização vai trazer economia de energia, porque, atualmente, o quadro de energia do Camelódromo é superaquecido. Só tem uma entrada de energia para todo esse prédio, e isso causa superaquecimento. Com a criação de novas entradas de energia, a fiação vai ser distribuída de uma maneira melhor", acrescentou o presidente da associação.

De acordo com a associação dos vendedores, a revitalização da rede de energia do prédio será feita pela Prefeitura de Campo Grande, que deve abrir licitação da obra no fim deste mês. A obra de R$ 2,1 milhões tem investimento garantido de R$ 700 mil, recurso adquirido pela associação por meio de emenda parlamentar da senadora Tereza Cristina (PP). O restante, R$ 1,4 milhão, virá de fundos financeiros da Prefeitura de Campo Grande.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura para confirmar os investimentos no Camelódromo e aguarda retorno sobre a obra prevista para a área comercial do centro de Campo Grande.
Melhorias – Comerciantes do Camelódromo compartilharam a satisfação com as melhorias que o centro comercial deve receber por meio das obras no sistema elétrico antigo. A vendedora Margareth da Costa, 42 anos, que trabalha no Camelódromo há 26 anos, informou que a parte elétrica no local é um grande problema.
"Nesse período de muito calor, é perigoso ocorrer algum incêndio, porque há muitos eletrônicos ligados. Por isso, são necessárias reformas na parte elétrica, pois os fios estão bem expostos", disse a empresária.
A comerciante Ana Carolina Vieira Leite, de 35 anos, também relatou que, quando o sistema de energia é ligado, toda a estrutura elétrica é ativada. "Aqui já teve duas questões de incêndio, que prejudicaram muita gente. Então, com a parte elétrica 100% resolvida, vai melhorar para a gente futuramente, porque, se der problema, na hora será resolvido. Ter uma estrutura elétrica melhor será mais seguro", disse.
Sobre os incêndios que ocorreram, o vendedor Alan Cardoso, 55 anos, reiterou que o Camelódromo melhorou seu sistema de prevenção a incêndios, mas que a fiação ainda é um grande perigo. "Todo ano estamos fazendo um curso de brigada de incêndio para aprender a lidar com os extintores. Foi colocado também um sistema de sensores no teto para jorrar água quando acontece um princípio de incêndio", informou.
Histórico de incêndios – Em fevereiro do ano passado, em pleno domingo de Carnaval, um incêndio destruiu completamente seis boxes no Camelódromo de Campo Grande. As unidades impactadas ficam em frente a dois corredores.
Dos boxes que pegaram fogo, quatro vendiam roupas; um vendia brinquedos; e outro prestava serviço de assistência técnica de celulares. No momento do incêndio havia dois seguranças no local quando as chamas começaram. Eles tentaram, mas não conseguiram controlar o incêndio com extintores.
Em novembro de 2009, um incêndio iniciado por volta das 6h devido a problemas na fiação elétrica destruiu três boxes que comercializavam roupas e bolsas no Camelódromo de Campo Grande. No caso, considerado o mais antigo, não havia ninguém no local no momento do incidente, já que o centro comercial popular ainda estava fechado.