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Capital

Campanha alerta: não pare em vagas de pessoas com deficiência nem por 1 minuto

Campanha de trânsito "Esta vaga não é sua nem por um minuto" tenta conscientizar população da Capital

Ana Oshiro e Bruna Marques | 10/05/2022 09:58
Cadeiras de rodas ocuparam vagas de carros durante ação. (Foto: Henrique Kawaminami)
Cadeiras de rodas ocuparam vagas de carros durante ação. (Foto: Henrique Kawaminami)

"Só um minutinho" e "é rapidinho" são frases comuns de se ouvir quando alguém estaciona um veículo em vaga exclusiva para pessoas com deficiência ou idosos. Para tentar conscientizar a população sobre a importância de manter essas vagas livres para os que realmente necessitam, uma ação foi realizada no Centro de Campo Grande nesta terça-feira (10).

Com cadeiras de rodas ocupando todas as vagas disponíveis na Avenida 14 de Julho, entre a Afonso Pena e Rua Barão do Rio Branco, a ação "Esta vaga não é sua - nem por um minuto" tem como objetivo chamar atenção para que os motoristas respeitem as vagas exclusivas. A campanha é organizada pela Caped (Coordenadoria de Apoio à Pessoa com Deficiência), junto com a SDHU (Subsecretaria de Defesa de Direitos Humanos de Campo Grande).

Joel Faustino é cadeirante há 13 anos e luta diariamente por mais respeito. (Foto: Henrique Kawaminami)
Joel Faustino é cadeirante há 13 anos e luta diariamente por mais respeito. (Foto: Henrique Kawaminami)

"Nosso objetivo é incomodar mesmo e mostrar a falta de respeito que eles cometem quando param nas nossas vagas. Acredito que um dia não vamos precisar fazer mais isso e que a galera vai se conscientizar. Estamos refazendo o cadastro municipal de pessoas com deficiência em Campo Grande e querendo saber onde elas estão, nossa coordenadoria está aí para lutar, juntos somos mais forte", disse Joel Faustino, cadeirante há 13 anos e coordenador da Caped.

A vaga especial é um direito assegurado por Lei Federal com uso regulamentado por Resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que determina que 2% do total de vagas do estacionamento regulamentado sejam destinadas a portadores com deficiência. A campanha usa a cor amarela em referência ao sinal de advertência no semáforo, que simboliza a atenção necessária para a causa.

Depois de perder a perna esquerda em um acidente de trânsito em agosto de 2010, Gilvan Pereira da Silva, de 39 anos, começou a sentir na pele a falta de respeito. "É muito comum as pessoas pararem e falarem que é só um minutinho. Geralmente, venho uma vez por semana no Centro e é sempre muito difícil encontrar uma vaga livre, muitas vezes, acabo pagando por vaga em estacionamento privado. A população precisa enxergar melhor nossa necessidade, existem leis que tem que ser respeitadas. É uma luta diária", disse Gilvan.

Veículos precisam ter cartão de identificação para poderem usar vagas exclusivas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Veículos precisam ter cartão de identificação para poderem usar vagas exclusivas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Para estacionar em vagas exclusivas, é preciso que o veículo tenha um cartão de identificação do usuário, esse é um direito para os cadeirantes, pessoas amputadas, deficiências físicas ou motoras, assim como para as vagas exclusivas de pessoas idosas. "Se queremos melhorar, precisamos militar", disse David Marques, de 41 anos, que há dois é gestor de processos da divisão de educação para o trânsito da Agetran, é cadeirante desde 1998.

"Nossa expectativa é alcançar o Brasil todo, queremos mobilizar um dia só para fazer essa ação simultaneamente em várias cidades do País", contou David, que passou a usar cadeiras de rodas após um incidente durante mergulho em um rio no interior do Mato Grosso do Sul.

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