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Capital

Carta com denúncias de detentos resultou em ordem de transferência

Temendo massacre, presos mandaram carta com pedido socorro à Defensoria

Luana Rodrigues e Aline dos Santos | 01/02/2017 15:52
Clima em presídios era tenso, conforme denúncia de presos. (Foto: Marcos Ermínio)
Clima em presídios era tenso, conforme denúncia de presos. (Foto: Marcos Ermínio)

A carta que detentos enviaram à Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul no início deste ano, com denúncia de caos em presídios, resultou em uma ordem de transferência de presos da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande para outras unidades do Estado. 

A informação é da própria Defensoria, que não divulgou o conteúdo da carta, mas informou que o teor do documento se restringe ao medo de presos da 'guerra' entre facções existente no presídio. “Presos estariam com medo dessa briga entre facções dentro do presídio e por isso pediam a transferência”, informou a Defensoria.

Por conta da carta, a Defensoria, então, teria encaminhado um ofício a diretoria da Penitenciaria de Segurança Máxima e a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), pedindo informações sobre a situação dos presos. Em seguida, pediu na Justiça a transferência de sete presos.

“Depois de receber as informações, a Defensoria entrou com um pedido de transferência de sete presos, que já eram assistidos por defensores. Alguns já foram transferidos”, explicou a Defensoria. O número de presos já transferidos não foi divulgado. 

No início deste mês, o Campo Grande News trouxe a tona a existência da carta e divulgou que um preso teria denunciado esquema bancado por facções criminosas para a entrada de armas, drogas e celulares na cadeia; relação promíscua da facção com servidores de presídios e o medo de um massacre. A Defensoria não confirma esta informação.

Conforme apurado pela reportagem, a denúncia era assinada por um único preso e foi encaminhada pela Secretaria de Direitos Humanos, em Brasília, à Defensoria Pública.

Na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), maior presídio do Estado, onde 2,4 mil estão encarcerados, pelo menos 600 internos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) estão isolados no raio II e sob constante ameaça de outros 1,3 mil presos, que se declararam oposição à facção criminosa paulista.

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