Chorando, acusado de matar cunhado afirma que atirou porque estava com medo
Réus respondem pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e porte ilegal de arma de fogo
Sentado no banco dos réus, Jhonatan Guilherme Alencar da Silva, de 29 anos, acusado de matar a tiros João Rodrigues de Farias, de 33, no dia 2 de agosto de 2020, com a ajuda do irmão, Leonardo Luiz de Souza Alencar, 26, chorou e disse que matou o cunhado porque estava com medo.
“Estou muito arrependido do que eu fiz. Atirei nele porque estava com medo. Minha cabeça estava quente e eu estava muito nervoso. Não tinha intenção de tirar a vida dele”, confessou o réu que responde pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e porte ilegal de arma de fogo.
Em plenário, Jhonatan revelou que a confusão começou porque foi agredido pela vítima com golpes de coronhada.
“Nesse dia eu estava com a minha família em um pesqueiro. Final da tarde fomos embora e quando cheguei em casa recebi uma ligação e um amigo me chamando para jogar truco. Falei para minha esposa que eu ia e ela não queria deixar. Começamos a discutir e a irmã dela estava lá em casa também. Minha cunhada ligou para o irmão delas, o João e ele chegou lá com um amigo dele me dando coronhada e me batendo falando que ia me matar”.
Jhonatan conta que após as agressões, saiu de casa e foi até a residência da mãe. Em seguida pegou uma arma emprestada com um amigo e buscou Leonardo para tomar cerveja e esfriar a cabeça.
“Chamei meu irmão para ir em uma conveniência beber porque estava muito nervoso. Quando chegamos João estava. Quando ele me viu veio para o meu lado e colocou a mão na cintura. Eu fiquei com medo é atirei nele”.
Questionado sobre a participação de Leonado no crime, Jhonatan afirma que seu irmão não sabia de nada e foi pego de surpresa. “Quando busquei meu irmão para beber ele não sabia que eu estava armado. Ele só pilotou a moto porque eu não conseguia. Estava com a cabeça sangrando das coronhadas”.
Leonardo Luiz de Souza Alencar também é julgado nesta quinta-feira (29), acusado de ajudar Jhonatan matar João. O réu contou para o juiz que no dia do crime, quando os dois chegaram na conveniência, a confusão foi rápida. Ele não conseguiu nem descer da moto e já saiu com o irmão na garupa.
“Chegando lá não deu nem tempo de descer da moto. Do jeito que paramos, meu irmão fez os disparos. Assustei e saímos de lá. Não sei nem quantos tiros ele deu. A única coisa que eu vi foi um homem vindo na nossa direção, mas como eu nunca tinha visto o João não sabia quem era”.
O caso – O crime aconteceu em frente a uma conveniência no Bairro Moreninhas, em Campo Grande, no dia 2 de agosto de 2020. Informações iniciais são de que João e Jhonatan estavam no comércio, na rua Anacá, quando começaram a discutir. Durante bate-boca, o suspeito atirou na direção da vítima, que foi atingida na altura do pescoço.
Jhonatan e Leonardo fugiram do local do crime e procuraram abrigo na casa de um tio. No entanto, ao saber do crime, o parente proibiu que a dupla ficasse na residência. Rondas policiais foram feitas na região e os irmãos acabaram presos em um terreno no Bairro Jardim das Mansões. A arma usada no crime, apreendida pela polícia.