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Capital

Com aumento da frota, Capital tem 1 automóvel para cada 2 habitantes

Em quatro anos, as ruas ganharam 24,098 mil veículos contra 32,089 mil pessoas no mesmo período

Viviane Oliveira | 26/08/2019 09:04
Com aumento da frota, Capital tem 1 automóvel para cada 2 habitantes
Trânsito na rotatória da Gury Marques com Interlagos; semáforos foram instalados para organizar o tráfego (Foto: Henrique Kawaminami)
Trânsito na rotatória da Gury Marques com Interlagos; semáforos foram instalados para organizar o tráfego (Foto: Henrique Kawaminami)

A frota em Campo Grande vem crescendo mais do que a população nos últimos quatro anos. Fato. Basta dar uma volta na cidade para perceber como aumentou a quantidade de veículos de transporte individual nas ruas. De 2015 a 2017, por exemplo, o crescimento foi três vezes maior que o da população. Se essa proporção continuar a mesma, nos próximos anos haverá mais carros de passeio do que gente na Capital Morena, que completa 120 anos nesta segunda-feira (26).

Cruzamento feito pela reportagem com base nos números de registros do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) e nas estimativas populacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2015 a 2018 mostra que, a frota aumentou 79,5% a mais que o crescimento populacional. 

No ano passado, a Capital contava com 381.096 mil veículos de transporte individual - sendo automóvel, caminhonete, camioneta e motocicleta - para uma população de 885.711 mil habitantes. A proporção é de um carro para cada dois habitantes. Em quatro anos, a cidade ganhou 24,098 mil veículos e 32,089 mil pessoas no mesmo período. Atualmente, a frota completa contando com ônibus, caminhão, utilitário e micro-ônibus é de 583.620 mil. 

Na casa da professora Isabel Cristina Santana, 35 anos, tem dois carros e uma moto. Na residência, moram três pessoas. Ela, o marido e o filho de 7 anos. Há dez anos, só o esposo tinha automóvel. Porém, a educadora precisou comprar uma motocicleta para facilitar a locomoção e com a chegada do filho achou mais seguro adquirir outro carro.

Falta de conforto, trajetos longos e tarifa alta são os principais motivos apontados por Isabel para não depender do transporte público. “O valor da passagem é alto para o serviço que é oferecido. Na maioria das vezes a rota é muito longa e demora muito para ser feito um trajeto simples”, disse.

Tráfego na Avenida Costa e Silva sentido saída para São Paulo (Foto: Henrique Kawaminami)
Tráfego na Avenida Costa e Silva sentido saída para São Paulo (Foto: Henrique Kawaminami)

Compartilha da mesma opinião a professora Michele Alves Cerzósimo, 37 anos. A chegada do bebê em novembro do ano passado fez com que a professora e o marido comprassem um carro com ar condicionado e mantivesse o veículo antigo. "Muitas vezes quando vou para o trabalho, o bebê fica com o pai e se ele precisar sair tem que levá-lo. A motocicleta também foi mantida pela rapidez e economia". 

Os deslocamentos feitos por ônibus também vem perdendo espaço para outras modalidades, como aplicativos de transporte. "Não utilizamos o transporte público pela demora e desconforto", afirmou Michele. 

Na residência do contator Altair Melo, 56 anos, há um carro para cada um. São três pessoas e três veículos. Depois de anos dividindo o automóvel com a esposa, o casal resolveu comprar mais um automóvel há pouco mais de 1 ano. Situação que melhorou até o convívio familiar. "Antes era uma correria. A gente gastava muito combustível. Agora não. Cada um vai para um lado da cidade e sai no seu horário. Todos trabalham em rumos distintos", contou. 

Conforme o advogado Thiago Fernandes de Melo, 32 anos, filho de Altair, a ideia era justamente essa. Facilitar o deslocamento durante a semana. "No fim de semana, a família sai com um carro só", acrescentou. 

Por causa do crescimento da frota, recentemente alguns pontos da cidade que concentram os maiores fluxos nos horários de pico passaram por intervenções para destravar o trânsito. Semáforos foram colocados na rotatória no cruzamento das avenidas Mato Grosso com a Nelly Martins, por onde circulam em média 30 mil veículos diariamente. O mesmo tipo de intervenção ocorreu na rotatória da Avenida Gury Marques com Interlagos, que registra fluxo diário de 40 mil veículos. 

Haverá intervenções semelhantes nas rotatórias das avenidas Tamandaré com Euler de Azevedo; Três Barras com Marquês de Lavradio; Joaquim Murtinho com Rua Ceará e Avenida Eduardo Elias Zahran com Rua Joaquim Murtinho.  

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