Com festa ou não, 120 ocorrências em 5 dias provam que a mulher é vítima em casa
Enquanto pelas ruas, o que se viu foi paradeira, o entra e sai na Casa da Mulher Brasileira foi intenso

Foram 120 ocorrências em cinco dias de Carnaval. Os números registrados pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) na Capital provam que a mulher é vítima dentro de casa, não importa se tem ou não festa ou se o tempo fechou.
Enquanto pelas ruas, o que se viu foi paradeira de um Carnaval sem ponto facultativo, bloco ou desfile, o entra e sai na Casa da Mulher Brasileira não parou. Da sexta-feira (12) até a manhã desta quarta-feira de cinzas (17), das 120 ocorrências, 14 foram registros de lesão corporal e outros 50 casos de mulheres que foram ameaçadas.
"Comparando com o ano passado, ficou bem semelhante, quando tivemos 127 ocorrências, teve uma redução de só 6% e este número, considerando que não houve festividade, é muito expressivo sim", diz a delegada titular Fernanda Félix.

De toda a movimentação, oito agressores acabaram presos. Houve ainda um registro de estupro de vulnerável, recebido pela Deam quando a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente está fechada. A mãe de uma menina de 10 anos procurou a polícia no sábado, depois de flagrar o marido tentando abusar da filha. Ela já havia encontrado um vídeo no celular dele com imagens de tentativa de abuso.
De acordo com a delegada Fernanda Félix, o vídeo mostra o próprio homem se filmando a caminho do quarto da menina, ele para ao lado da cama da enteada e tenta abaixar o short dela, nesse momento o vídeo termina.
Questionada pela mãe, a menina disse que não sentiu a presença do padrasto e nem sentiu alguém tocando nela, mas contou que, dias atrás, o homem começou a se tocar, por cima da roupa, na frente da menina, que estava no banheiro com a porta aberta.
O caso foi registrado como "estupro de vulnerável" e "produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornografia, envolvendo criança ou adolescente" e o celular do homem foi apreendido. As investigações vão continuar por meio da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).
Dentro de casa - Há quatro anos vivendo o dia a dia da violência doméstica, Fernanda Félix fala que o "nosso crime acontece dentro de casa, independentemente de festividade ou não".
Na madrugada de ontem (16), um homem de 30 anos invadiu a casa da ex-namorada no Bairro Maria Aparecida Pedrossian, a mulher acordou com ele em pé no quarto com a luz da lanterna do telefone celular acesa apontando para a mesma. Com com o susto ela pegou uma faca e o atingiu.
No carro - Durante o Carnaval foram registrados dois casos de importunação sexual, um deles foi o da adolescente de 16 anos que denunciou um motorista de aplicativo. O crime aconteceu no último domingo (14) durante corrida do bairro Nossa Senhora do Perpétuo Socorro até o Vilas Boas.
À polícia, a garota contou que minutos depois de entrar no carro, o condutor passou a elogiá-la. Não satisfeito, colocou a mão para trás e passou a acariciá-la por cima do short. Ela ficou com medo e pediu para descer do carro. Já longe do suspeito, a menina pediu ajuda para duas mulheres que passavam de carro pelo local, no bairro Rita Vieira. As duas socorreram a adolescente e a levaram para casa.