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Capital

Com medo, moradores improvisam valas para evitar alagamento de casas

Mesmo sem grandes estragos, chuva deixa moradores do Vespasiano Martins em alerta e força escavações para impedir que água entre em barracos

Humberto Marques e Alana Portela | 06/04/2019 10:58
Alagamento de ruas e casas é preocupação constante no Vespasiano. (Foto: Kísie Ainoã)
Alagamento de ruas e casas é preocupação constante no Vespasiano. (Foto: Kísie Ainoã)

A cada chuva, moradores do Vespasiano Martins –na região do Dom Antônio, sul de Campo Grande– temem ver o pouco que têm ser danificado por enxurradas que invadem os barracos, além de terem as próprias moradias improvisadas destruídas em meio a temporais, como ocorreu em 11 março. Neste sábado (6), muitos olhavam para o céu, para saber se o aguaceiro chegava, e logo abaixavam as cabeças para ver se as valetas improvisadas no chão cumpriam a missão de manter a água longe dos casebres.

Nesta manhã, não havia tantas queixas sobre a chuva, mas a apreensão quanto a continuidade do mau tempo estava presente. “Estamos com medo do vento e da chuva”, admitiu o morador Aristeu Fereira, revelando que, sempre que chove, “tenho de abrir uma valetinha porque a água vai toda para a minha casa. A gente abre para escorrer”.

A alternativa também foi seguida por Celso Silva, também morador da comunidade. “Toda vez que chove acumula muita água. Sempre temos de estar cavando para a água escorrer”, confirmou. Ele também afirma que as ruas do bairro estão em más condições.

Uma das fontes do problema, segundo Aristeu, está em uma mina a poucos metros das casas –no Vespasiano, um dos problemas apontados durante a construção de moradias, em regime de mutirão, para moradores da antiga favela Cidade de Deus era a proximidade do lençol freático da superfície, favorecendo alagamentos.

Romilda diz que, além da água empoçada, lixo causa transtornos. (Foto: Kísie Ainoã)
Romilda diz que, além da água empoçada, lixo causa transtornos. (Foto: Kísie Ainoã)
Segundo Aristeu, abertura de valas é necessidade constante. (Foto: Kísie Ainoã)
Segundo Aristeu, abertura de valas é necessidade constante. (Foto: Kísie Ainoã)

Segundo eles, os moradores afirmam que a prefeitura vai providenciar o sistema de drenagem em algumas partes, mas não há previsão de a solução chegar ao local dos barracos.

Morando em um barraco com quatro filhos, Gleice Ferreira afirma que, mesmo que a chuva não tenha causado tantos estragos, “molhou um pouco o barraco”, o que a levou a também recorrer a uma valeta para a água escorrer. “Da outra vez alagou minha casa, a gente fica com medo”, afirmou.

Perto dali, Romilda Fernandes afirma que, além chuva, o acúmulo de lixo causa incômodo. “O pessoal joga muito lixo e ninguém tira. Aí começa a entrar muito rato em casa. Com a chuva, piora a situação”. O problema já foi retratado em reportagem do Campo Grande News no dia 1º, onde foi mostrado o acúmulo de sujeira no trecho das Ruas Josephina Daniel Pupin e Reginaldo Moura.

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) prevê um sábado de temperaturas amenas, com máxima de 24ºC, com céu nublado e chuvas ao longo do dia para a Capital. O mesmo deve ocorrer em todas as regiões do Estado, principalmente no centro, norte e leste.

Escavação abaixo de parede foi alternativa para evitar que água se acumule nos barracos. (Foto: Kísie Ainoã)
Escavação abaixo de parede foi alternativa para evitar que água se acumule nos barracos. (Foto: Kísie Ainoã)
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