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Capital

Com obra no HU, MS totaliza 78 leitos de UTI neonatal e meta é chegar a 100

Flávia Lima | 17/03/2015 14:30
Leitos já estão em funcionamento no HU. (Foto:Marcos Ermínio)
Leitos já estão em funcionamento no HU. (Foto:Marcos Ermínio)
Superintendente do HU, Claudio Saab quer devolver ao HU, status de referência em neonatologia. (Foto:Marcos Ermínio)
Superintendente do HU, Claudio Saab quer devolver ao HU, status de referência em neonatologia. (Foto:Marcos Ermínio)

Para suprir a deficiência de leitos no setor neonatal de Mato Grosso do Sul, as secretarias de Saúde do Estado e de Campo Grande, em parceria com o governo federal, estão trabalhando para que a Capital se torne um centro de referência no atendimento de bebês recém-nascidos, auxiliando inclusive as cidades do interior que não dispõem desse tipo de estrutura. Atualmente apenas Campo Grande e Dourados possuem setor de neonatologia equipados e profissionais capacitados.

Com as obras de reforma no setor neonatal entregues na manhã desta terça-feira (17) pelo Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, o número de leitos de UTI de neonatologia totalizam agora 78 em todo o Estado, segundo o superintendente de Saúde da Capital, Virgílio Gonçalves. A informação é reforçada pelo secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares. Os números não incluem os leitos nas UTIs intermediários e os leitos das unidades Canguru, que são os locais onde os bebês ficam com as mães, sem precisar de incubadoras.

Só a UTI neonatal do HU conta agora com 10 leitos. O setor intermediário tem 14 e a unidade Canguru conta com seis leitos. Em Dourados, única cidade do interior com setor de neonatologia, existem dez leitos na UTI neonatal do Hospital Universitário e 15 na UTI intermediária convencional. De acordo com a gerente administrativa do HU, Maria José Martins Maldonado, apenas dois leitos da UTI não serão ativados de imediato pois ainda aguardam liberação de recursos do governo federal no valor de R$ 1,3 milhão, já empenhados, para compra de equipamentos como respiradores, berços de calor radiante e monitores. A expectativa é de que os equipamentos sejam entregues no final do mês de abril.

Para que a população possa ser atendida com conforto, sem risco de superlotação, tanto o secretário de Saúde do Estado quanto o superintendente Virgílio Gonçalves ressaltam que o ideal é que em Mato Grosso do Sul o número de leitos apenas nas UTIs neonatais chegue a 100. "A expectativa é atingir essa meta até o final do ano", diz Virgílio. Ele revelou que dentro de 90 dias serão ativados mais 20 leitos no setor de neonatologia da maternidade Cândido Mariano, na Capital, através de uma parceria entre os governos municipal, estadual e federal.

A preocupação em investir no setor, que sempre sofreu com falta de recursos e profissionais, é uma das prioridades do governo, segundo o secretário Nelson Tavares. Ele afirmou que o governo estadual vai ajudar na liberação dos recursos restantes para a ativação dos dois leitos que faltam na UTI neonatal do HU. "Se for o caso, vamos entrar com uma contrapartida", disse.

De acordo com o secretário, a neonatologia é uma área que dispõe de poucos profissionais especializados. Além dos neonatologistas, outros profissionais também precisam ter especialidade na área, como nefrologistas e neurologistas. Devido a essa escassez, fica complicado montar setores em outras cidades do Estado. "Não adianta ter recursos e gastar com equipamentos se depois eles vão ficar parados por falta de médicos", afirma. "Por isso nosso objetivo é investir na Capital, onde já tem uma estrutura. Assim garantimos vaga também para as gestantes e bebês do interior", disse.

Tavares, que já foi diretor do HU na década de 90, lembra que na época, devido a falta de médicos, o plantão no setor de neonatologia era feito apenas por quatro profissionais, que se revezavam 24 horas. Hoje, o quadro de escala conta com 42 profissionais.

O superintendente do HU, Cláudio Wanderley Luz Saab também ressalta os investimentos a médio prazo e diz que a meta é voltar a transformar o hospital em referência no atendimento neonatal. "Com essa reforma estamos contribuindo muito para reduzir o deficit de leitos no setor que sempre existiu no estado. Estamos nos equipando para atender a população com plenitude nos próximos dez anos", destacou. El também destacou que até 2017 o objetivo é ampliar o número de leitos do hospital, passando de 237 para 270.

Obras 

A reforma no setor de neonatoloogia do HU elevou de 12 para 30 o número de leitos. O projeto foi realizado com recursos oriundos do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários (Rehuf) no valor de R$ 946 mil. A reforma está enquadrada nas normas e exigências do Relatório Técnico-Científico (RTC) da Anvisa e inclui a parte hidráulica, elétrica, teto e piso. A unidade ganhou novos equipamentos, como incubadoras, aparelho de fototerapia e aspiradores.

Com a entrega da obra, o setor de 680 m2 conta agora com Unidades de Terapia Intensiva, Intermediária e Unidade Canguru, além de salas de repouso, de enfermagem e parte do Banco de Leite Humano. No total, R$ 7 milhões oriundos do Rehuf vão contemplar a reforma de outros setores do Hospital Universitário até o final de 2015. Já estão em andamento as obras dos setores de Clínica Médica, Centro Cirúrgico, Patologia, Central de Material e Esterilização (CME), Lavanderia e Ambulatório Geral. No final do ano passado, foram entregues os Setores de Ortopedia e Traumatologia e ainda a Enfermaria de Pediatria.

Além da infraestrutura, o Hospital Universitário também ganhou reforços de profissionais este ano. No total de 132 novos funcionários aprovados no concurso público da Ebserh já tomaram posse. Destes, 20 são da área de pediatria.

Setor recebeu o nome do médico Durval Batista Palhares, pioneiro na implantação da neonatologia do HU. (Foto:Marcos Ermínio)
Setor recebeu o nome do médico Durval Batista Palhares, pioneiro na implantação da neonatologia do HU. (Foto:Marcos Ermínio)
Secretário Nelson Tavares aposta no fortalecimento do setor de neonatologia da Capital. (Foto:Marcos Ermínio)
Secretário Nelson Tavares aposta no fortalecimento do setor de neonatologia da Capital. (Foto:Marcos Ermínio)
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