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Capital

Comerciante diz que atirou após ter bar furtado por grávida e padastro

Homem se apresentou à polícia, alegou legítima defesa e foi liberado nesta manhã

Dayene Paz e Mariely Barros | 20/09/2022 12:18
Advogado, Ricardo Machado, em frente à 5ª DP de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Advogado, Ricardo Machado, em frente à 5ª DP de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

O comerciante apontado como o homem que atirou em uma adolescente, de 16 anos, grávida e o padrasto dela, Wagner Guimarães da Silva, na sexta-feira (16), afirmou que teve o bar furtado pelas vítimas dos tiros e agiu em legítima defesa. Ele se apresentou na manhã desta terça-feira (20), na 5ª Delegacia de Polícia Civil, localizada no Bairro Piratininga.

O homem, de 44 anos, foi ouvido pelo delegado Rodolfo Daltro por cerca de uma hora e depois liberado, já que não estava mais em situação de flagrante. Acompanhado do advogado Ricardo Machado, o comerciante apresentou a arma utilizada no crime, revólver calibre .38, irregular, comprado após o furto do bar.

Arma apresentada pelo comerciante. (Foto: Divulgação)
Arma apresentada pelo comerciante. (Foto: Divulgação)

Machado conversou com o Campo Grande News em frente à delegacia nesta manhã. Na versão apresentada, conta que o comerciante teve a conveniência do Bairro Paulo Coelho Machado recentemente furtada, o que iniciou o desentendimento. "Populares do bairro estavam falando que quem furtou foi o padrasto e a adolescente", conta.

No dia dos fatos, a adolescente e o padrasto pararam perto da conveniência, na esquina. "Disseram que estavam chateados de estarem sendo acusados injustamente do furto. Eles foram com umas oito pessoas junto com eles, que partiram para a agressão. Meu cliente, acuado pela quantidade de pessoas, teve como a única opção correr para a conveniência e pegar a arma que ele tinha para se defender", alega. Na ocasião, o comerciante afirma que estava com a esposa e a neta de 3 anos, sendo cercados pelo grupo.

Segundo o advogado, foram feitos quatro disparos, mas sem a intenção de atingir as vítimas. "Só de dispersar", pontua Machado. Ainda, segundo a defesa, a versão é a real. "A própria comunidade tem medo de apresentar essa versão, porque os dois [adolescente e padrasto] têm fama de serem perigosos", finaliza.

Tráfico - Para a polícia, o comerciante disse que a adolescente e o padrasto são envolvidos com o tráfico de drogas e estariam tentando expulsá-lo do imóvel onde funcionava o bar, empreendimento desativado depois do furto por causa da quantidade de bens levados. O intuito, segundo o comerciante, era de montar um ponto de venda de drogas no local.

O homem foi indiciado por dupla tentativa de homicídio e as investigações continuam para identificar, ou não, se ele agiu em legítima defesa ou até mesmo movido por sentimento de vingança em relação ao furto no bar.

Estado de saúde - Encaminhados à Santa Casa, adolescente e padrasto continuam em estado grave. A menor, que foi perfurada nas costas pelo projétil, a gestação, até o presente momento, não foi interrompida.

Incêndio - Horas depois da adolescente grávida e o padrasto serem baleados no Jardim Centro Oeste, o bar de propriedade do suposto autor dos disparos pegou fogo. A suspeita é que o incêndio tenha sido provocado em retaliação.

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