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Capital

Condomínio em hotel fica milhões mais barato que na periferia, diz Emha

Conta deve considerar economia com a infraestrutura urbana que não precisará ser feita, explica relatório levado à Câmara

Anahi Zurutuza e Fernanda Palheta | 03/09/2019 11:43
Presidente da Emha, Eneas Neto, durante a palavra livre na Câmara (Foto: Fernanda Palheta)
Presidente da Emha, Eneas Neto, durante a palavra livre na Câmara (Foto: Fernanda Palheta)

Instalar famílias no Hotel Campo Grande, no Centro da Capital, é bem mais barato que erguer “do zero” um residencial popular na periferia da cidade, garante o presidente da Emha (Agência Municipal de Habitação), Eneas Neto. Ele apresentou e defendeu o projeto de transformar o Hotel Campo Grande em imóveis populares durante sessão desta terça-feira (3) na Câmara de Campo Grande.

Cálculo baseado em levantamento feito pela Agência mostra que transformar os aposentos do hotel desativado em 117 apartamentos populares custará ao poder público cerca de R$ 127 mil e não os R$ 324 mil calculados somente com base na divisão dos R$ 38 milhões que a Prefeitura de Campo Grande busca em Brasília para viabilizar a proposta de ocupar o prédio na 13 de Maio pelo número de moradias previstas no projeto.

A conta classificada pela Emha como “simplista” não leva em consideração, por exemplo, o gasto que a administração municipal terá com a infraestrutura urbana, uma vez que no Centro, não precisará fazer obras de drenagem e asfalto, instalar rede de água e luz ou construir equipamentos urbanos como posto de saúde, escolas, praça.

O relatório da Emha cita comparativo com as casas populares entregues no Portal das Laranjeiras recentemente. Em conta simples o custo por moradia, a construção em si, é de R$ 95 mil. Mas, se levado em conta toda a infraestrutura que precisou ser levada para o bairro distante cerca de 11 km do Centro, o gasto sobre para R$ 155 mil por moradia.

A diferença entre um apartamento no hotel e uma casa no Laranjeiras é de cerca de R$ 28 mil, portanto. Multiplicado este valor por 117, chega-se à economia de R$ 3,2 milhões.

Na equação, a Emha leva em conta índice chamado de Custo de Oportunidade, que calcula o gasto por unidade habitacional de acordo com a densidade populacional e outros fatores.

Projetado no fim da década de 1960, o Hotel Campo Grande é um dos prédios mais emblemáticos no Centro da cidade. (Foto: Fly Drone)
Projetado no fim da década de 1960, o Hotel Campo Grande é um dos prédios mais emblemáticos no Centro da cidade. (Foto: Fly Drone)

O projeto - O projeto foi levado à Brasília (DF) pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD). Os R$ 38 milhões são para pagar pela desapropriação do prédio na Rua 13 de Maio e pela reforma.

Marquinhos disse que “vai até as últimas consequências” para tornar a proposta realidade e chamou de “pobres de espírito” quem criticou a com o argumento de que a prefeitura quer “jogar famílias pobres” no Centro e disse que se não for ocupado, o prédio histórico acabará “implodido”.

Durante a fala na palavra livre na sessão da Câmara, Eneas reforçou o discurso do prefeito e também rebateu as críticas da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) que é contra o projeto. “O discurso [da entidade] é o mais raso, ridículo e absurdo”.

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