Contas podem não ser pagas se União continuar com "pé no freio", diz prefeito
O chefe do Executivo municipal, Marquinhos Trad, afirma que há redução e atraso de repasses
“Se não houver uma redistribuição ou um mecanismo da União”, a Prefeitura de Campo Grande poderá deixar de pagar fornecedores. A afirmação é do prefeito Marquinhos Trad (PSD), após entregar um veículo para Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), nesta segunda-feira (dia 27).
Ainda em discurso, o chefe do Executivo municipal reclamou de reduções de repasses dos governos estadual e federal – este último não paga há quatro meses o dinheiro referente à obra da Avenida Ernesto Geisel e, com isso, existe o risco de interrupção dos serviços.
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“São poucos gestores que conseguem fazer o pouco”, disse citando como exemplo o pagamento da folha salarial “obesa” dos quase 30 mil servidores ativos e inativos. O “pé no freio” do governo federal para repassar dinheiro pode afetar outras áreas. “Se não houver uma redistribuição, um mecanismo da União, o pagamento da folha dos servidores pode não ser prejudicado, mas os fornecedores, sim”.
Sem os R$ 28 milhões pedidos ao Ministério da Saúde para combate à dengue, por exemplo, o município que custeou as despesas sem ajuda. “Todos os municípios vão trabalhar para pagar a folha”.
Segundo o prefeito, Campo Grande sofre redução de R$ 3 milhões por mês do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Em 12 meses, R$ 36 milhões a menos. “O governo federal está inadimplente, causando transtornos por não repassar dinheiro para obras que estão 60% concluídas”. A intervenção na Ernesto Geisel está 70% concluída, disse.
Reajuste - Marquinhos afirmou que ao menos o percentual de inflação do período será pago aos servidores de "forma justa". Sobre a possibilidade de parcelamento, o prefeito disse que isso pode ocorrer ou ser pago "em uma pancada" só. As negociações ocorrem neste mês, que é data-base da maioria das categorias.
Obra - Ainda assim, a obra continua por pelo menos um mês, em meio à promessa do Ministério do Desenvolvimento Regional de pagar os quatro meses atrasados em junho. “Se eles não pagarem, fica difícil a empresa suportar os pagamentos”.