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Capital

Coronel é solto com tornozeleira e ex-mulher agredida receberá "botão do pânico"

Vítima afirma que militar tem comportamento autoritário e queria ter em casa poder que tem na corporação

Clayton Neves | 30/06/2021 17:27
Botão do pânico aciona equipe da polícia quando vítima se sente em risco. (Foto: Agepen)
Botão do pânico aciona equipe da polícia quando vítima se sente em risco. (Foto: Agepen)

Flagrado na frente da casa da ex-mulher, contrariando medida protetiva da Justiça, coronel do Corpo de Bombeiros, de 57 anos, teve liberdade provisória decretada após passar por audiência de custódia na tarde desta quarta-feira (30). Ele terá de usar tornozeleira eletrônica pelo período de 120 dias e a ex-mulher receberá um “botão do pânico”, dispositivo que aciona equipe da polícia caso seja ativado em situações onde a vítima entenda que está em risco.

Descrito pela ex como dono de personalidade autoritária e agressiva, o militar foi denunciado por perseguir e bater na ex-companheira, que se recuperava de cirurgia e precisou dormir em uma delegacia para se proteger.

Do relacionamento de 2 anos e seis meses autônoma, de 41 anos, guarda série de más recordações. Amigos de infância, eles começaram a namorar já na fase adulta. Relação que segundo ela, desde o início apresentava traços abusivos.

Desde o início foi muito conturbado porque ele é uma pessoa muito autoritária e possessiva. O poder que tem no Corpo de Bombeiros, queria ter em casa também”, conta.

De acordo com ela, o ciúmes do bombeiro se estendia à filha dela, uma jovem de 18 anos. “Ele não queria dividir atenção com minha filha e tive que alugar uma casa separada para ela. Ele era hostil e não aceitava a menina”, lembra. Durante o período, o que “segurava” o relacionamento era a esperança de que houvesse uma mudança no comportamento do militar, no entanto, a melhora nunca aconteceu.

“Até minha cadela surrou no primeiro dia em que nos mudamos. Vivia batendo nela e por isso tive de deixar com a minha mãe”, relata. Conforme ela, as brigas aconteciam, inclusive, por causa de política, já que o ex-marido era "Bolsonaro roxo” e não aceitava opiniões diferentes.

Para a autônoma, a gota d'água foi o dia 9 de junho, quando ela foi agredida com tapas e socos depois de encontrar provas de traição no celular do bombeiro.

Após o caso ser registrado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a Justiça determinou que o suspeito não poderia se aproximar da vítima, ordem que foi descumprida na noite de ontem (29). Ao notar aproximação da Guarda Municipal, o militar tentou sair do local, mas acabou sendo detido.

“Eu só quero que ele me deixe em paz e não me procure. Que pare de afrontar minha família porque até solicitação nas redes sociais da minha filha ele mandou esses dias. Ele, por ser bombeiro, deveria dar exemplo, não ficar aterrorizando vidas”, completa.

Nós questionamos o Corpo de Bombeiros se algum procedimento interno seria aberto contra o militar. A assessoria de comunicação disse que “o ocorrido trata-se de ação que não está no âmbito militar. A Polícia Civil está à frente”.

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