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Capital

Delegada faz mistério, mas já sabe o que matou 3 mulheres na Santa Casa

Renan Nucci | 16/10/2014 10:59
Delegada Ana Cláudia Medina conduz as investigações sobre as três mortes. (Foto: Marcelo Victor)
Delegada Ana Cláudia Medina conduz as investigações sobre as três mortes. (Foto: Marcelo Victor)

As investigações sobre as mortes de três mulheres no setor de oncologia da Santa Casa de Campo Grande estão perto do fim. Nesta quinta-feira (16), a delegada Ana Cláudia Medina, da 1ª Delegacia de Polícia, afirmou que já sabe o que aconteceu com as vítimas durante tratamento de câncer, mas evita dar detalhes para não comprometer os trabalhos de investigação. Ela ainda aguarda o resultado de exames periciais para poder lavrar o relatório de conclusão do inquérito. A previsão é que o caso seja encerrado até o mês de novembro.

“Entramos na reta final do processo de apuração, mas ainda estamos realizando algumas diligências", disse a delegada. Nos últimos dias, ela ouviu três pacientes que foram submetidos a sessões de quimioterapia entre os dias 23 e 28 de junho, mesmo período em que foram atendidas Carmen Insfran Bernard, 48 anos, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, e Maria Glória Guimarães, 61 anos.

Elas apresentaram reações adversas ao medicamento Fluorouracil (5-FU), e morreram entre os dias 10 e 12 de julho. Segundo Medina, os depoimentos dos demais pacientes são de extrema necessidade, pois fazem parte da instrução do inquérito que já chega a sete mil páginas - mais duas pessoas ainda devem ser ouvidas. O objetivo é colher novas informações sobre as datas dos atendimentos, complementando os dados já levantados.

“Os pacientes são colaboradores das investigações. Eles passaram por tratamento nos mesmos dias em que as vítimas. Já sabemos o que aconteceu e buscamos apenas mais provas que possam reforçar nossas afirmações, principalmente no que diz respeito às datas e ao que pode ter acontecido de errado em dias específicos”, completou.

“Causa Mortis” – Embora ainda faça mistério sobre o que possa ter causado a morte das três mulheres em junho, a delegada diz desde o começo das investigações que tem como hipótese principal, a falha humana. De todos os depoimentos, o que mais chamou a atenção foi do farmacêutico Raphael Castro. Na tarde do dia 12 de agosto, ele disse à polícia que teve dúvidas quanto à manipulação do medicamento administrado na quimioterapia.

Na ocasião, Castro contou que teria entrado no setor a convite do médico José Maria Ascenço, após a saída de outro farmacêutico que tinha passado em um concurso. Ascenço é um dos sócios do Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul, empresa terceirizada que prestava serviços à ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), entidade gestora da Santa Casa.

Com algumas dúvidas, o farmacêutico recebeu orientações da enfermeira Giovana de Carvalho Penteado, que estava há mais tempo no setor. Entre os dias 23 e 28 de junho, Raphael manuseou sozinho os medicamentos, na mesma data em que Carmen, Norotilde e Maria Glória foram tratadas. Uma quarta vítima, identificada como Margarida Isabel de Oliveira, 71 anos, também apresentou reações adversas, mas conseguiu sobreviver. O caso dela é investigado como lesão corporal dolosa.

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