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Capital

Desesperados, pais procuram filhos em UPA após intoxicação em escola

Fabiano Arruda e Nadyenka Castro | 27/09/2011 17:30
Mãe mostra desespero ao buscar informações do filho em UPA no bairro Coronel Antonino. (Foto: João Garrigó)
Mãe mostra desespero ao buscar informações do filho em UPA no bairro Coronel Antonino. (Foto: João Garrigó)

O cenário no final da tarde desta terça-feira na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino, em Campo Grande, é dramático e foge bastante do movimento de um dia comum.

Cerca de 20 crianças chegaram à unidade nesta tarde após passarem mal com suspeita de intoxicação alimentar na Escola Municipal Iracema Maria Vicente, que fica no bairro Rita Vieira. Pais estão no local e deixaram as atividades profissionais para procurarem os filhos.

Sem leitos suficientes para atender o alto volume, algumas crianças recebem os primeiros atendimentos no chão, deitadas em colchões. Há professores também que são atendidos na unidade. Alguns alunos vomitaram sangue.

O construtor Ralf Cardoso Gonçalves, de 25 anos, relata que foi até à escola para socorrer o filho de 5 anos após receber ligações de vizinhos. Ele conduziu a criança no próprio carro e mostrou indignação por não ter sido avisado sobre o caso pela direção da escola.

Eduardo Cano, 57 anos, pai de Vitor Faria, de 8 anos, chegou ao local sem nem lembrar quem havia avisado da situação do menino. Tremendo, ele demorou, mas conseguiu localizá-lo.

Luciene Queiroz, de 37 anos, mãe de Charlyson Gustavo, de 11 anos, acompanhou o filho num carro de passeio do Corpo de Bombeiros que o conduziu até a unidade. “Meu filho saiu e eu fui atrás”, resumiu, nervosa.

Já a cabeleireira Geneci Gomes, de 36 anos, recebeu uma ligação no meio do trabalho que informava que seu filho, de 7 anos, havia passado mal. Ela foi à UPA do bairro Coronel Antonino, mas não tinha a confirmação de que o menino estava lá.

Menino é atendido no chão em unidade.
Menino é atendido no chão em unidade.

O vendedor Antônio Macedo da Silva, de 41 anos, conta que passava com a esposa em frente à escola no momento em que viaturas do Corpo de Bombeiros prestavam os primeiros socorros.

“No início pensei que fosse alguma atividade dos Bombeiros com as crianças, mas depois percebi a gravidade”, diz Macedo que levou o filho de 8 anos até a UPA da Coronel Antonino.

Intoxicação - Por volta das 15h30 desta terça-feira cerca de 60 crianças começaram a passar mal na escola. A suspeita é que a indisposição foi motivada pela água da escola ou do almoço que foi servido, composto de arroz, salada de repolho com tomate, feijão e uma farofa feita de salsicha e ovo.

Cerca de 30 bombeiros realizaram atendimento no local, além de quatro viaturas do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Um microônibus foi encaminhado para transportar as crianças.

Alguns casos foram identificados em estágio avançado de desidratação. Outras crianças foram retiradas da escola desmaiadas; algumas vomitando muito.

Segundo a prefeitura, há três hipóteses. Virose, intoxicação por conta da água ou alimentar, bem como sabotagem interna na própria escola.

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