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Capital

Dodge Ram com numeral defeituoso dificulta venda e vira caso de polícia

Aliny Mary Dias | 05/10/2013 13:24
Ênio foi detido por policiais do Garras no dia 12 de setembro (Foto: Arquivo Pessoal)
Ênio foi detido por policiais do Garras no dia 12 de setembro (Foto: Arquivo Pessoal)

Há três semanas, um empresário de 40 anos foi detido injustamente na Avenida Afonso Pena por suspeita de estar em uma caminhonete roubada. Após uma denúncia anônima, policiais do Garras (Grupo Armado de Resgate e Repressão a Assaltos) detiveram Enio José de Lima no dia 12 de setembro.

Com desfecho infeliz, a história de Enio e a Dodge Ram começou em janeiro deste ano após a contemplação do consórcio do veículo. O empresário conta que adquiriu o consórcio há três anos e foi contemplado em novembro do ano passado. Em janeiro o veículo usado fabricado em 2007 foi entregue.

Os problemas começaram logo depois que a caminhonete foi entregue. No mesmo mês, o empresário foi até o Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito) para fazer a transferência. Logo na primeira análise, os técnicos verificaram que no chassis havia indício de adulteração.

O Detran se negou a fazer a transferência e orientou o proprietário a procurar a Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos). Na delegacia, Ênio esclareceu que havia acabado de adquirir o veículo e uma perícia foi feita na caminhonete.

O laudo técnico pericial só saiu em junho e a conclusão foi que não havia pendências policiais com o carro. O erro estava na inscrição do número do chassis. “Caráter de desalinho, mas sem vestígio de alteração”, consta no laudo.

Indignado com os transtornos causados pelo veículo recém-adquirido, Ênio resolveu colocar o carro à venda. “Eu não queria correr o risco de ficar com a caminhonete e resolvi vender. Eu a comprei no valor de R$ 130 mil, mas pela pressa, oferecia R$ 90 mil. Muita gente me procurou, mas quando eu explicava a história do chassis, todos desistiam e ainda desconfiavam de mim”, desabafa o empresário.

Números do chassi aparecem desalinhados (Foto: Arquivo pessoal)
Números do chassi aparecem desalinhados (Foto: Arquivo pessoal)

De todos os compradores interessados no carro, Ênio suspeita que algum deles não acreditou na história e o denunciou à polícia.

Na noite do dia 12 de setembro, o homem estava na Avenida Afonso Pena quando uma viatura do Garras o abordou. O empresário voltou a explicar a situação, mas diante da denúncia, foi detido e encaminhado até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro.

“Eu fiquei muito constrangido. Várias pessoas ficaram me olhando, tiraram fotos e gravaram vídeos. Eu fiquei sem reação e tive que explicar tudo para o delegado”, completa.

Três horas depois, Ênio foi liberado, mas o veículo permanece apreendido no pátio da Defurv. Segundo o empresário, o delegado chegou a procurar a Mercedes-Benz, concessionária da Dodge no Brasil e a resposta da empresa é que houve uma queda de luz enquanto o número do chassis era gravado e isso ocasionou o desalinhamento dos dígitos.

O empresário também procurou a empresa que disse que entraria em contato, mas não voltou a ligar para o homem. Apesar do constrangimento, Ênio continua pagando as parcelas do consórcio e afirma que irá entrar na Justiça para resolver o problema.

“Eu continuo pagando por uma coisa que eu não tenho. Vou entrar na Justiça e não quero mais esse veículo, quero que a concessionária ou a montadora deem um jeito e me indenizem”, completa a vítima.

O Campo Grande News tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da Mercedez-Benz, mas as ligações não foram atendidas até o término desta reportagem.

Caminhonete continua apreendida no pátio da Defurv (Foto: Arquivo Pessoal)
Caminhonete continua apreendida no pátio da Defurv (Foto: Arquivo Pessoal)
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