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Capital

Entre cinco reivindicações da enfermagem, Santa Casa afirma atender apenas uma

Paula Maciulevicius | 03/08/2011 17:35

Classe deve iniciar greve na segunda-feira, Santa Casa alega que se atender demais pedidos terá aumento de 30% ao mês na folha

Classe promove paralisações durante expediente e afirma que entra em greve a partir de segunda-feira. (Foto: Arquivo, João Garrigó)
Classe promove paralisações durante expediente e afirma que entra em greve a partir de segunda-feira. (Foto: Arquivo, João Garrigó)

Em entrevista coletiva durante esta tarde, a diretoria administrativa da Santa Casa afirma que não tem condições para atender a todas as reivindicações feitas pela categoria de enfermagem. Entre os cinco pedidos, apenas um será atendido, da manutenção das cláusulas anteriores. Em cima disso, o sindicato que representa os enfermeiros já se organiza para entrar em greve a partir de segunda-feira.

A classe havia pedido acomodação hospitalar extensa aos genitores, auxílio creche para funcionários do período noturno, qualificação por aperfeiçoamento para técnicos de enfermagem, manutenção das cláusulas anteriores e reajuste salarial de 10%.

“Se fosse atender daria mais de R$ 665 mil reais ao mês na folha. Não tem como agregar mais, é um implemento de 30%”, explica o diretor Danilo Leon. A folha mensal da Santa Casa é de pouco mais de R$ 1,8 milhões, com as cláusulas pedidas subiria para mais de R$ 2,5 milhões acrescenta.

O reajuste salarial oferecido pela Santa Casa fechou em 6,3%, percentual já proposto pela administração. “Não há nenhum registro no país de uma instituição que tenha dado aumento desse porte, acima da competência de 5%”, contesta Leon.

Os enfermeiros mantém paralisações temporárias durante o expediente desde o último dia 17. Com pedidos de respeito e salários mais dignos, eles estabeleceram horários para cruzarem os braços sem atrapalhar o atendimento, garante o Sindicato dos Enfermeiros de Mato Grosso do Sul.

A administração do hospital afirma que não está procurando “punições” e sim um amparo legal diante da situação. O diretor administrativo Danilo Leon diz que os pacientes e a sociedade não estavam esperando por isso. Ele afirma que o movimento tem trazido implicações ao hospital. “Curativos feitos fora do horário, dietas, a medicação”, diz.

Ainda nesta semana, Leon confirmou que a presidência do Sindicato com a Junta Administradora da Santa Casa devem resolver com uma negociação atendendo ambas as partes, a reunião deve acontecer até sexta-feira.

“Aí vai ser resolvido se vai para a greve ou se resolve nessa mesa”, completa.

Quanto as reivindicações, a administração algea que a acomodação hospitalar já está prevista por lei, mas apenas para maridos e filhos e que o auxílio é estendido apenas aos funcionários do período diurno.

“Não tem como abrir, aí seriam pelo menos R$ 5 ou R$ 6 mil reais ao mês”, fala o diretor.

A qualificação e aperfeiçoamento dos técnicos também demanda certo orçamento, citou Leon.

A representante da categoria, Helena Delgado rebateu as afirmações do diretor administrativo e disse que nenhum curativo ou medicação tem deixado de ser administrada no horário correto. “Não tem leitos no CTI, não tem leitos de isolamento, isso não é novidade para ninguém mas está sendo aliado à paralisação”, fala Helena.

Ela garante que o único ponto de toda movimentação é relativo a redução de cirurgias eletivas. “Isso é a colaboração do corpo clínico ao movimento”, garante.

A postura da administração é considerada pela classe como irredutível. “Nós é que temos insistido para uma conversa e muito. Cada vez que encerram uma proposta, a gente vai e apresenta outra”, conta. Helena afirma que mantém o reajuste em 9,45% e aguarda a próxima reunião.

Com o acompanhamento do Conselho Regional de Enfermagem “até para que tudo seja feito de forma responsável” declarou Helena, cada um sai do setor, faz o protesto e volta para onde estava, detalha a presidente do Sindicato.

Para o final de semana será elaborada escala de emergência e a partir da segunda-feira, a classe pretende iniciar o movimento grevista. “Ainda temos uma reunião com a direção para que possamos avançar. Isso conta e muito para evitar a greve”, declarou.

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