Especialistas apontam riscos e prevenção após incêndio causado por moto elétrica
Explosão revela risco das baterias; bombeiro e engenheira eletricista explicam cuidados essenciais
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Uma família de Campo Grande viveu momentos de pânico após sua motocicleta elétrica pegar fogo durante o carregamento. O incidente, que resultou em cerca de 15 explosões consecutivas, ocorreu na área de serviço da residência, no Bairro Pioneiro. Especialistas alertam que incêndios em veículos elétricos são difíceis de controlar devido à liberação de oxigênio pelas próprias células da bateria. Recomendam realizar o carregamento em local ventilado, usar carregador original e manter sistema de proteção contra sobrecarga, evitando adaptações e "gambiarras" elétricas.
Uma família do Bairro Pioneiro em Campo Grande viveu momentos de pânico nesta semana após a motocicleta elétrica que carregava em casa pegar fogo. O veículo estava conectado à tomada, na área de serviço do imóvel, quando as baterias explodiram e iniciaram o incêndio. O cômodo fechado, ligado ao restante da residência, fez os moradores temerem que as chamas se alastrassem.
Para alertar a população, o Campo Grande News ouviu especialistas que explicam por que esses incêndios são difíceis de controlar e quais medidas podem reduzir os riscos. Segundo a família, foram pelo menos 15 explosões consecutivas até que as fagulhas cessassem. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas a ação foi limitada, porque esse tipo de fogo não pode ser combatido apenas com água. A suspeita é de que o incidente tenha sido provocado por sobrecarga durante o carregamento. Ninguém ficou ferido.
O capitão Gabriel Lopes, do Corpo de Bombeiros, especialista em combate a incêndios urbanos, destacou que o número de ocorrências tende a aumentar com a popularização dos veículos elétricos. “O fogo em qualquer caso se forma pela interação de combustível, comburente e calor. A diferença no caso das baterias é que as próprias células liberam oxigênio suficiente para manter a combustão, além da altíssima temperatura, o que reduz a eficiência da água no resfriamento. Isso torna a extinção muito difícil”, explicou.
Segundo o bombeiro, o ideal é que o carregamento seja feito em local ventilado, com fiação adequada e sistema de proteção contra sobrecarga, sempre com orientação de um engenheiro eletricista. “É fundamental afastar materiais combustíveis, como sofás, cortinas e papelão, e ter um extintor portátil de classe C por perto. Se o fogo iniciar, o mais importante é retirar o que puder servir de combustível e acionar o Corpo de Bombeiros pelo 193, mesmo que as chamas aparentemente se apaguem”, alertou.
A engenheira eletricista Andréa Romero, conselheira do Crea-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul), reforça que boa parte dos incêndios está ligada a improvisos no carregamento. “É indispensável usar o carregador original e certificado pelo fabricante, nunca adaptações. A recarga deve ser feita em local arejado, longe de materiais inflamáveis e sempre sob supervisão. Não se deve carregar durante a noite sem ninguém por perto”, orientou.
Ela também destacou que extensões e ‘gambiarras’ elétricas representam alto risco de sobrecarga. “Essas conexões mal feitas causam aquecimento, derretimento dos fios e curto-circuito. É preciso interromper a carga imediatamente diante de sinais como aquecimento, odores fortes ou deformações na bateria”, afirmou.
Para aumentar a segurança, a engenheira recomenda que a tomada usada para recarregar as baterias tenha disjuntor termomagnético, dispositivo DR e protetor contra surtos elétricos, formando um circuito exclusivo para esse fim.
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